Na última quinta-feira (8), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou a suspensão do funcionamento da rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, durante um período de 10 dias. Segundo o chefe de Estado, a plataforma está sendo acusada de violar leis venezuelanas ao incitar guerra civil entre a população.
Durante um encontro com comunas e movimentos sociais em Caracas, Maduro expressou estar indignado com a posição da plataforma. “A rede social violou todas as normas da própria rede social Twitter, hoje conhecida como X, e tem incitado o ódio, o fascismo, a guerra civil, a morte e o enfrentamento entre os venezuelanos e, com isso, violou todas as leis da Venezuela e na Venezuela há lei. Vamos respeitar a lei”, afirmou Maduro.
Diversos venezuelanos relataram que, até a manhã desta sexta-feira (9), a plataforma ainda permanecia ativa. No entanto, Maduro enfatizou que a Comissão Nacional de Telecomunicações do país (Conatel), que regula o setor, apresentou uma proposta oficial para suspender a plataforma por desacordo com as normas locais.
“Dez dias para que apresente as informações e para estabelecer a medida administrativa definitiva. Já basta de plantar a violência e o ódio e de atacar a Venezuela do exterior. Temos que derrotar o golpe cibernético”, acrescentou Maduro.
🚨🇻🇪 | CONFIRMADO: A partir de este momento, Twitter acaba de ser prohibido en toda Venezuela.
Y el mundo sigue pidiendo actas… pic.twitter.com/XhvK1ye1Zc
— Agustín Antonetti (@agusantonetti) August 9, 2024
Como o bloqueio do X afeta a Venezuela?
A medida tem gerado um misto de reações entre a população. A decisão de suspender a rede social X se vincula a uma série de acusações contra o dono da plataforma, Elon Musk. Maduro afirmou que Musk está por trás de um ataque cibernético contra o sistema eleitoral venezuelano e que ele utiliza a rede social para fomentar a insurreição contra as instituições do país.
O empresário e dono do X ainda não se manifestou sobre a decisão do país, mas tem feito duras críticas ao governo Maduro, se posicionando ao lado da oposição venezuelana.
Além disso, nesta semana, Maduro iniciou uma campanha contra o aplicativo de mensagens WhatsApp. Ele declarou ter deletado o programa de seu celular e recomendou que todos façam o mesmo, alegando que lideranças chavistas e membros das forças de segurança estão recebendo ameaças através do aplicativo.
O presidente também mencionou que a Venezuela pode criar suas próprias redes sociais para escapar do que considera espionagem estrangeira. “Estou livre da espionagem do WhatsApp”, disse ele, sugerindo que o país poderia desenvolver plataformas próprias. “Mais cedo que tarde, nascerão as novas redes sociais venezuelanas e nos liberaremos dessa gente”.