cultura de medo

Mohamed Al Fayed, ‘ex-sogro’ de Princesa Diana, é acusado de estupro

Investigação da BBC revela alegações de abuso sexual contra o falecido ex-proprietário da Harrods por mais de 20 ex-funcionárias

Mohamed Al Fayed
Créditos: Getty Images

Acusações contra Mohamed Al Fayed, ex-proprietário da luxuosa loja de departamentos Harrods, vieram à tona nesta quinta-feira (19). Cinco mulheres afirmam terem sido estupradas por Al Fayed enquanto trabalhavam no estabelecimento, conforme revelado em um documentário e podcast da BBC.

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Al Fayed, que faleceu aos 94 anos no ano passado, é acusado de agredir sexualmente diversas mulheres. Mais de 20 ex-funcionárias deram relatos sobre o seu comportamento predatório, que supostamente era acobertado pela administração da Harrods durante a gestão do bilionário. Os atuais donos da marca se mostraram “completamente chocados” com as denúncias e pediram desculpas oficialmente às vítimas.

Abusos na Harrods

Muitas das agressões ocorreram em Londres, Paris, St. Tropez e Abu Dhabi. Uma das mulheres contou que foi estuprada no apartamento de Al Fayed em Park Lane, Londres, enquanto outra relatou um estupro quando ainda era adolescente no endereço de Mayfair.

As acusações contra Al Fayed incluem não só agressões, mas também um comportamento predatório contínuo. Ele supostamente cultivava uma cultura de medo dentro da Harrods, onde funcionários obedeciam suas ordens cegamente.

Foram mais de 20 denúncias de agressão sexual em ex-funcionárias, mas A BBC acredita que muito mais mulheres podem ter sido vítimas do bilionário.

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Quem foi Mohamed Al Fayed?

Sua carreira como empreendedor começou ainda nas ruas de Alexandria, no Egito, onde o homem vendia refrigerante na rua. Porém, depois de se casar com a irmã de um traficante de armas milionário,  criou novas conexões que o ajudaram a construir um império empresarial.

Al Fayed se mudou para o Reino Unido em 1974, e já era conhecido publicamente quando assumiu a loja Harrods quase onze anos depois. Nos anos 90 e 2000, marcava presença em programas de entretenimento da televisão.

Fayed é descrito como “ex-sogro” da Princesa Diana, de Gales, porque seu filho Dodi faleceu ao lado dela em um acidente de carro no ano de 1997. A série ‘The Crown’ foi resónsável por apresentar o bilionário às novas gerações.

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A Harrods encobria os atos de Mohamed Al Fayed?

O documentário da BBC sugere que a Harrods não apenas falhou em intervir, como também encobriu as denúncias de abuso. Ex-funcionárias afirmam que a administração estava ciente das agressões e promovia jovens assistentes para trabalhar diretamente com Al Fayed em seus escritórios privados.

  • Os ataques ocorriam nos escritórios da Harrods, no apartamento de Al Fayed em Londres, e durante viagens internacionais, principalmente em Paris.
  • Muitas funcionárias relatam que a cultura de medo instaurada na loja as impedia de denunciar os abusos.
  • Algumas mulheres também reportaram ter sido submetidas a exames médicos invasivos, supostamente como um “benefício”, mas os resultados iam direto para Al Fayed.

Como as vítimas estão buscando justiça?

Em 2023, diversas mulheres começaram a tomar ações legais contra a Harrods. Os advogados Bruce Drummond e Dean Armstrong representam muitas dessas vítimas e argumentam que a loja falhou em garantir um ambiente de trabalho seguro.

Segundo as vítimas, a administração atual da Harrods respondeu rapidamente às novas informações e começou a resolver as reivindicações o mais rápido possível, sem a exigência de acordos de confidencialidade, o que encoraja mais mulheres a se manifestarem.

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Gemma, uma das vítimas, afirmou que, apesar do tempo calada, sente que finalmente pode começar a se curar ao compartilhar sua experiência publicamente. Este movimento é visto como uma maneira de garantir que situações semelhantes não se repitam no futuro.

Mohamed Al Fayed pagará por seus atos?

Apesar de Al Fayed ter falecido, seu legado está longe de ser enterrado. Reportagens não confirmadas estimaram seu patrimônio em mais de 1 bilhão de libras (R$ 7,2 bilhões). As vítimas, no entanto, reforçam que sua motivação é a busca por justiça e não o dinheiro. Elas esperam que suas histórias incentivem outras a falarem sobre abusos e que isso leve a mudanças significativas na proteção dos empregados.

A Harrods de hoje se declarou comprometida em garantir que tais comportamentos nunca mais se repitam e que o bem-estar dos funcionários seja uma prioridade. Instituições como o Hotel Ritz, em Paris, onde também ocorreram alguns abusos, emitiram comunicados reiterando seu desapreço por comportamentos inadequados e seu compromisso com os valores da instituição.

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