PREOCUPANTE

Casos de dengue no Brasil disparam 400% em 2024 em relação ao ano anterior

Esse número alarmante abrange o período de 1º de janeiro a 7 de outubro, evidenciando a gravidade da situação

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Mosquito transmissor da dengue – Créditos: depositphotos.com / mrfiza

O cenário da dengue no Brasil tem se mostrado cada vez mais preocupante, especialmente com o aumento expressivo dos casos nos últimos anos. Recentemente, foi relatado um total de 6,5 milhões de casos prováveis de dengue no país, como apontado pelo Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. Esse número alarmante abrange o período de 1º de janeiro a 7 de outubro de 2024, evidenciando a gravidade da situação.

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Comparado a 2023, o aumento é significativo, com os casos ultrapassando em 400% os números registrados no mesmo período do ano anterior. Isso se traduz em um coeficiente de incidência consideravelmente acima do que a OMS considera como indicativo de epidemia, que é de 300 casos por 100 mil habitantes.

O aumento dos casos de dengue

Vários fatores ajudam a explicar o aumento nos casos de dengue no Brasil. O clima quente e úmido, somado à frequência das chuvas, propicia condições ideais para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Além disso, a circulação dos subtipos virais, como os tipos 3 e 4, que ainda não haviam amplamente circulado, também contribuiu para o aumento dos casos.

A cidade de São Paulo, por exemplo, concentra 32,3% dos casos de dengue do país, o que corresponde a 2,1 milhões de registros. O número elevado de mortes e as infecções por tipos virais menos circulados anteriormente ressaltam a severidade do problema.

Especialistas em saúde pública, como o infectologista Antonio Carlos Bandeira, destacam a necessidade de estratégias mais eficientes para combate à dengue. Segundo ele, ações como o uso de larvicidas e cuidados ambientais têm se mostrado insuficientes, sendo necessário o uso de tecnologias inovadoras, como mosquitos geneticamente modificados, para reduzir a proliferação do vetor.

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“Neste ano, ficamos durante muitos meses com um platô alto. Não dá para prever se isso voltará a acontecer no país”, explica ele à Folha de São Paulo.

Andyane Tetila, presidente da Sociedade de Infectologia de Mato Grosso do Sul, enfatiza a importância da conscientização precoce da população para evitar o acúmulo de água em recipientes domésticos, além de campanhas públicas eficazes e o método wolbachia de controle do mosquito.

Futuro da vacinação contra a doença

A vacinação em larga escala é vista como uma estratégia essencial para controlar a dengue. Atualmente, a implementação de vacinas contra a doença é considerada tímida, mas especialistas insistem na aceleração do processo de aprovação e distribuição de vacinas, como a desenvolvida pelo Butantan. Implementar a vacinação no calendário do Programa Nacional de Imunizações é considerado fundamental.

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Carlos Magno Fortaleza, presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, observa que a gestão atual ainda se recupera dos desmantelamentos das políticas de controle de doenças durante administrações anteriores. A reconstrução da inteligência epidemiológica e de pactuações intergovernamentais é crucial para se evitar números expressivos de casos no futuro.

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