policiamento intensificado

Ônibus circulam escoltados no Rio para evitar uso como barricadas

As linhas de ônibus que passam pela Estrada do Itanhangá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, estão circulando sob escolta policial.
Criminosos sequestram ônibus e usam de barricada na zona oeste do rio – Crédito: Reprodução/TV Globo

As linhas de ônibus que passam pela Estrada do Itanhangá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, estão circulando sob escolta policial. A medida busca impedir que criminosos interceptem e usem os veículos como barricadas. O reforço no policiamento ocorre todas as noites, das 23h até o amanhecer.

Publicidade

Blindados da polícia se posicionam estrategicamente nos pontos de ônibus da região, onde veículos se agrupam antes de iniciar o trajeto. “Junta quatro, cinco carros lá atrás, aí vem a escolta. Senão, eles prendem o ônibus e fecham a rua. Esse bairro aqui está bem complicado. Aí, só com segurança mesmo da polícia que a gente consegue trabalhar, né?”, relatou um motorista de ônibus ao g1.

Linhas de ônibus frequentemente abordadas

Em outubro, 24 ônibus foram interceptados por criminosos nas regiões de Tijuquinha e Muzema. Entre as linhas mais afetadas está a 550, que faz a rota entre Cidade de Deus e Gávea e sofreu três abordagens em setembro. Outras linhas visadas incluem a 878, que vai do Tanque à Praia da Barra da Tijuca, passando por Rio das Pedras; a 557, que conecta Rio das Pedras a Copacabana; e as linhas 863 e 862, também partindo de Rio das Pedras com destino à Barra da Tijuca.

Motoristas relatam enfrentarem violência durante as abordagens. Muitos, abalados, precisaram de licença médica para tratamento psicológico. Atualmente, 230 profissionais afastaram-se das ruas por essa razão. “Eles abordam com muita violência. Eles entram com a moto na frente do ônibus, armado. E se demorar, teve casos de motorista ser agredido, tomar coronhada porque teve dificuldade para sair do local, até por causa do nervosismo”, relatou um motorista ao g1, que preferiu não se identificar.

Segundo o sindicato Rio Ônibus, 112 veículos foram sequestrados e usados como barricadas este ano; oito deles foram incendiados. O custo desses incidentes ultrapassa R$ 22 milhões.

Publicidade

Apreensivos, passageiros que dependem das linhas relatam o medo crescente com a situação. “Quando começou o sequestro do ônibus, nós estávamos vindo do trabalho, tivemos que descer no Morro do Banco, eu que moro na Tijuquinha, para ir para casa. E tem sido um caos, porque a gente fica apreensivo. a gente nunca sabe se vai conseguir voltar bem, se a gente vai levar uma bala perdida”, contou um passageiro ao g1.

Na última quarta-feira (30), a Polícia Militar realizou uma operação na Muzema, onde encontrou um ponto de reunião de milicianos. Durante o confronto, um suspeito foi morto e outros cinco foram presos. Os agentes apreenderam sete fuzis, duas pistolas, granadas, carregadores e munições. A operação, realizada com base em informações de inteligência, levou ao desvio de sete linhas de ônibus devido ao bloqueio nas vias.

Leia também: Atriz de Renascer relata momentos de terror em tiroteio no Rio: ‘Tinham crianças com a gente’

Publicidade

Siga a gente no Google Notícias

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.