Oito policiais militares que faziam segurança privada para o empresário Antônio Vinícius Grizbach estão sob investigação há cerca de dois meses e devem enfrentar demissão. Fontes da alta cúpula da Polícia Militar de São Paulo confirmaram a informação à CNN. Segundo o blog de Pedro Duran, agentes foram flagrados em abril, escoltando o empresário durante uma audiência no Fórum da Barra Funda.
A prática é considerada ilegal, pois contraria os regulamentos da corporação, sobretudo pelo fato de Grizbach ser réu confesso de envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital). O inquérito ainda em andamento não afasta a expulsão dos PMs por falta grave, mesmo se não houver comprovação de vínculo direto com o assassinato do empresário.
“Bico” ilegal e operação delegada
Na Polícia Militar, trabalhos extras como segurança privada são proibidos, exceto em casos institucionais, como a Operação Delegada. Essa operação ocorre em parceria com a prefeitura, envolve escalas específicas e oferece pagamento adicional, porém sempre para serviço público e não para fins privados.
Além desses oito PMs, policiais civis que foram denunciados por Grizbach em delação premiada também estão afastados, como informado pela CNN. Na delação, Grizbach afirmou que iria delatar policiais ligados ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e ao 24º Distrito Policial da Capital.
Os policiais militares envolvidos pertenciam à Força Tática dos 18º e 23º batalhões e foram designados para escoltar Grizbach ilegalmente.
Policiais são investigados
Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (11), o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, anunciou a criação de uma força-tarefa destinada à investigação do ataque, que, além de Gritzbach, terminou com a morte de um motorista de aplicativo que estava no local, mas não tinha relação com o empresário ou o PCC. Além de funcionários da Polícia Civil e Militar de São Paulo, a equipe contará com agentes da Polícia Federal e do Ministério Público.
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