Ferroviária decide Libertadores Feminina e pode alcançar bicampeonato

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Do inferno ao (quase) céu. Falta pouco para a Ferroviária coroar o que já é uma fantástica volta por cima na edição 2020 da Libertadores Feminina, na Argentina. Neste domingo (21), as Guerreiras Grenás encaram o América de Cali (Colômbia) no estádio José Amalfitani, casa do Vélez Sarsfield, em Buenos Aires, valendo o segundo título continental da história do clube. O jogo será transmitido ao vivo na página oficial da competição no Facebook.

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Foi nesse mesmo estádio que a Ferrinha, no último dia 6, largou na fase de grupos da Libertadores da pior forma possível, perdendo de 4 a 0 para o Libertad/Limpeño (Paraguai). Na rodada seguinte, novamente no José Amalfitani, o empate por 1 a 1 com o Peñarol (Uruguai) deixou o time de Araraquara (SP) com a obrigação de golear a já classificada Universidad de Chile no último duelo do Grupo D e torcer por um empate entre paraguaias e uruguaias, que se enfrentariam simultaneamente.

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No estádio do Vélez, as paulistas fizeram a parte delas, e venceram as chilenas por 4 a 1, igualando-se ao Libertad/Limpeño em pontos (quatro) e saldo (-1), ficando à frente no número de gols marcados (cinco a quatro). Terminada a partida, as jogadoras grenás ainda tiveram que aguardar o apito final do outro jogo, no estádio Nuevo Francisco Urbano, em Moron, para, enfim, celebrarem a, antes improvável, vaga nas quartas de final.

No mata-mata, a Ferroviária eliminou o River Plate (Argentina) por 1 a 0 em duelo truncado e prejudicado pelas condições do gramado do estádio de Moron, encharcado pela chuva que caiu antes (e durante) o jogo. No mesmo local, pela semifinal, as brasileiras reencontraram a Universidad de Chile, no confronto mais tenso da campanha. As Guerreiras Grenás criaram oportunidades, mas não balançaram as redes. O empate em 0 a 0 levou a decisão aos pênaltis. A goleira Luciana, uma das mais experientes e referências do elenco, brilhou com três defesas e levou a Ferrinha à segunda final de Libertadores seguida. Em 2019, elas perderam para o Corinthians.

A pandemia do novo coronavírus (covid-19) levou a Libertadores, inicialmente marcada para setembro do ano passado, a ser adiada para março deste ano, sendo o primeiro desafio dos times brasileiros em 2021. Recém-contratada, a técnica Lindsay Camila, que era auxiliar da seleção feminina sub-17, teve que estrear, de cara, na mais importante competição do ano para o clube grená. E não estava sozinha. As zagueiras Yasmin e Ana Alice, as meias Duda e Leidiane e a atacante Lurdinha, reforços trazidos para a temporada, também debutaram no torneio sul-americano.

“O grupo cresceu, cada uma de nós cresceu muito aqui. Estamos no começo de trabalho, então tem muita coisa ainda para acontecer e é só aproveitar os momentos. É muito satisfatório estar aqui e poder vivenciar tudo isso”, disse Lindsay em entrevista após a classificação sobre a Universidad de Chile.

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Apesar das caras novas, o elenco tem jogadoras que sabem o gosto de serem campeãs sul-americanas pela Ferroviária. Cinco das 20 atletas relacionadas para a competição de 2020 estiveram no time vencedor da Libertadores de 2015, quando as paulistas derrotaram o Colo-Colo (Chile) por 3 a 1 na final. A lateral Barrinha (que fez um gol na decisão), a zagueira Luana e as meias Nicoly, Rafa Mineira e Daiane (lateral à época) faziam parte do grupo. As cinco estiveram em campo no jogo do título e só Luana, então com 16 anos, saiu do banco.

Do outro lado, o América de Cali pode se tornar o segundo time colombiano a vencer a Libertadores Feminina, repetindo o feito do Atlético Huila, campeão em 2018 em cima do Santos. As Diabas Vermelhas, como são conhecidas, chegaram à final ao surpreenderem o Corinthians, principal favorito, na semifinal. Diante de um rival que marcou 35 gols em cinco partidas (média de sete por jogo), as americanas souberam se defender, conseguiram um heroico empate por 1 a 1 nos acréscimos da etapa final e levaram a melhor nos pênaltis.

“Temos um grupo maduro. Sabíamos que uma hora poderia acontecer. Poderia ser nossa nona final de campeonato consecutiva. O que a equipe fez é marcante, histórico, difícil de ser feito. Sabemos que não somos imbatíveis, e isso [derrota na semifinal] também não quer dizer que o trabalho não esteja sendo bem-feito. Seguimos com otimismo, sempre pensando em vencer”, disse o técnico corintiano, Arthur Elias, à Corinthians TV, antecedendo o duelo pelo terceiro lugar, contra a Universidad de Chile, que também será neste domingo, às 17h, no José Amalfitani, com transmissão pelo Facebook.

(Agência Brasil)

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