
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar a condução do Supremo Tribunal Federal (STF) no caso que investiga um suposto plano de golpe de Estado. Nesta quinta-feira (13), ele questionou a “rapidez” com que seu julgamento foi agendado pela Corte.
A decisão partiu do ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do STF, que marcou a análise do caso para os dias 25 e 26 de março. “Parece que o devido processo legal, por aqui, funciona na velocidade da luz”, declarou Bolsonaro em publicação no X (antigo Twitter).
O ex-presidente ainda insinuou que a decisão teria motivação política. “Mas só quando o alvo está em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto para Presidente da República nas eleições de 2026”, acrescentou.
– Nos EUA, a perseguição contra @realDonaldTrump e as ridículas acusações de “insurreição” levaram quase 5 anos para serem convertidas em denúncia formal – e depois foram reduzidas a pó pela escolha soberana do povo americano. Tudo correu na primeira instância, com uma breve… pic.twitter.com/sQbYsDwAXZ
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 13, 2025
STF acelerou o julgamento de Bolsonaro?
Bolsonaro também criticou o tempo que o processo levou para chegar à Primeira Turma do STF. “Mas nesse Brasil de índices que impressionam negativamente, um inquérito repleto de problemas e irregularidades contra mim e outras 33 pessoas está indo a julgamento em apenas 1 ano e 1 mês (de 8 de fevereiro de 2024 a 25 de março de 2025). É impressionante!”, afirmou.
A defesa do ex-presidente solicitou que o julgamento fosse levado ao plenário do STF, mas a decisão ficou com a Primeira Turma, composta pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Luiz Fux.
O ex-presidente está entre os primeiros denunciados pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Ele foi incluído no grupo que, segundo a acusação, reunia os principais líderes da suposta organização criminosa. Entre eles, estão os ex-ministros Walter Braga Netto (Casa Civil), Anderson Torres (Justiça) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa).
Bolsonaro é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de envolvimento em crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima, e deterioração de patrimônio tombado.
A análise do caso em março pode definir o futuro político do ex-presidente. Se condenado, Bolsonaro poderá enfrentar novas restrições e sanções jurídicas.
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