ÁGUAS FLUVIAIS

Aguapés formam ‘tapete verde’ sobre o rio Tietê

As raízes se entrelaçam e podem chegar a mais de um metro de comprimento dentro d’água formando obstáculos à navegação.

Aguapés formam 'tapete verde' sobre no rio Tietê
Os aguapés cobriram as águas do rio Tietê em Barra Bonita, no interior de SP (Crédito: ONG Mãe Natureza/Divulgação)

Os aguapés tomaram conta do rio Tietê, em Barra Bonita (SP), e tornaram a superfície do curso d’água em um ‘tapete verde’. Aguapés são vegetais aquáticos que se reproduzem de forma muita rápida, sobretudo no verão, e são conhecidos como uma espécie de planta invasora e que precisa ser controlada.

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Por si só, apenas um aguapé não representa grande perigo. Entretanto, como a planta flutua, ela é levada correnteza abaixo. Quando vários aguapés se encontram, formam ilhas, como no meio do rio na altura da usina hidrelétrica de Barra Bonita.

Eles prestam um importante serviço ambiental de filtragem da água, mas, em excesso, podem causar problemas, como explica o professor de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Jozrael Rezende.

Em entrevista ao G1, o professor explicou que “eles ocupam um espaço impedindo, inclusive, a fotossíntese no meio aquático. Com a presença, evapora-se muito mais água num reservatório infestado, cerca de cinco vezes mais”.

Em alguns casos, as raízes destas plantas podem chegar a ter mais de um metro de comprimento. Então, embaixo da água, elas se entrelaçam, formando uma espécie de parede, que dificulta bastante a navegação. São vários os motivos que explicam a quantidade anormal de aguapés: um deles é que, no período de chuvas, a enxurrada arrasta para dentro da água parte dos fertilizantes jogados no solo. Isso deixa o Tietê com excesso de nutrientes. E, como o aguapé é uma planta e gosta de adubo, a espécie cresce de maneira desenfreada.

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“Isso está relacionado à poluição, isso está relacionado aos fertilizantes químicos utilizados na agricultura, que servem de alimentos para esses vegetais e os ajudam a crescer”, destacou Rezende.

O especialista em recursos hídricos, José Galizia Tundisi, disse que “a solução definitiva seria tratar todos os esgotos de todas as cidades da bacia hidrográfica. A solução paliativa é a remoção”.

A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) informou que possui uma rede de monitoramento de qualidade das águas dos principais rios e reservatórios do estado, com amostragens realizadas de três em três mesmes dos parâmetros físicos, químicos e biológicos.

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Segundo a companhia, no reservatório de Barra Bonita, formado basicamente pela confluência dos rios Tietê e Piracicaba, que atravessam as duas maiores regiões metropolitanas do estado, houve melhora na qualidade da água nos últimos anos.

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