REAÇÃO ALÉRGICA

Mãe de mulher que quase morreu por cheirar pimenta: “Não vou desistir dela”

Thais desenvolveu forte reação alérgica à conserva. Ela saiu da UTI e, em breve, começará tratamento de reabilitação.

Mãe de mulher que quase morreu por cheirar pimenta: "Não vou desistir dela"
Cheirar pimenta pode causar graves reações alérgicas, como aconteceu com a mulher em Goiás (Crédito: Canva Fotos)

Cheirar pimenta pode ser bem perigoso. Uma especiaria com o nome científico de Capsicum chinense, ou pimenta-bode, de forte sabor, causou um grave problema a uma mulher, trancista, de 25 anos.  Cheirar pimenta para Thais Medeiros de Oliveira foi quase mortal. Ela desenvolveu uma forte reação alérgica depois do contato com o alimento.

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A pimenta-bode é originária da região Norte do Brasil, segundo a Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa). Esta pimenta também pode ser encontrada facilmente nas regiões Nordeste e Centro-Oeste.

COMO TUDO ACONTECEU

Thais, moradora de Goiânia (GO), teve uma forte crise alérgica ao sentir o aroma de um vidro recém-aberto que continha uma conserva de pimenta-bode, no dia 17 de fevereiro. Ela estava na casa dos pais de seu namorado, Matheus Oliveira, na cidade de Anápolis, a 55 quilômetros da capital goiana. Assim que sentiu o cheiro da pimenta, ela começou a passar mal de imediato. Mateus contou que logo depois “ela tentava puxar o ar, mas o ar não ia”.

Mãe de mulher que quase morreu por cheirar pimenta: "Não vou desistir dela"
Crédito: Reprodução

Thais, antes de tudo isto acontecer, já apresentava quadro de asma e bronquite diagnosticadas havia tempos. Por conta destas enfermidades, ela tem episódios de crises alérgicas com certa frequência. Mas, nenhum tão grave quanto o causado pela pimenta.

Sandra Oliveira, mãe de Matheus, disse, em entrevista ao Fantástico, que o filho e ela levaram Thaís até ao hospital de carro, demorando cerca de 10 minutos para percorrer um trajeto de seis quilômetros. “Um pouco antes de chegarmos ao hospital, ela perdeu a consciência”, disse.

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A mulher deu entrada no hospital sem sinais vitais e precisou ser reanimada. Em seguida, foi levada à unidade de terapia intensiva (UTI) com o quadro de edema cerebral. O diretor técnico da Santa Casa de Anápolis, Murilo Carlos Santana, explicou que Thais já chegou ao hospital entubada. “Foi um tempo importante porque a situação clínica atual mostra, pela dificuldade de oxigenação do cérebro, que ela ainda está com o quadro neurológico bem comprometido”, disse.

Thais teve um grave broncoespasmo. Os médicos creem que o contato com a pimenta foi o gatilho que permitiu que ela desenvolvesse uma crise séria de asma. O broncoespasmo, que impede a pessoa de respirar adequadamente, causa uma baixa oxigenação no cérebro e no coração.

Esta quantidade insuficiente de oxigênio acabou por provocar uma parada cardiorrespiratória. Segundo o chefe da UTI da Santa Casa, Rubens Dias, a equipe médica espera um quadro de lesão neurológica grave. “Pode ter uma recuperação, mas a gente acredita que voltar às atividades normais e habituais dela, isto infelizmente não”, explicou.

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ASMA AGRAVOU O QUADRO

Os médicos acreditam que  o fato de a mulher ter cheirado a pimenta pode ter agravado sua asma. O presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, Fábio Kuschir, esclareceu que “cheirar uma pimenta pode ter estimulado receptores nervosos nasais ou mesmo pulmonares”. Ele acrescentou que a asma faz com que o corpo reaja de forma exagerada a determinados estímulos. A injeção de adrenalina, embora seja cara e encontrada apenas via importação, pode fazer a diferença entre a vida e a morte de pessoas que estão desenvolvendo graves casos de reação alérgica”, finalizou.

Esta semana, Thais foi transferida da UTI para um quarto na Santa Casa. Em breve, ela começará um tratamento de reabilitação. Sua mãe, Adriana Medeiros, afirmou que vai cuidar da filha. “Enquanto ela tiver vida, eu vou lutar até o fim. Eu não vou desistir dela”, disse muito emocionada.

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