REFLORESTAMENTO

Organizações pedem que Lula vete fim de licenciamento de eucaliptos

Defensores do projeto, incluindo a bancada ruralista e a Indústria Brasileira de Árvores (IBA), argumentam que a silvicultura contribui para o reflorestamento de áreas degradadas

Organizações pedem que Lula vete fim de licenciamento de eucaliptos
Plantação de eucaliptos – Crédito: CNA/Wenderson Araújo/Trilux/via Agência Brasil

Organizações ambientais pediram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que vete o projeto de lei que exclui a silvicultura, como o cultivo de eucaliptos, da lista de atividades potencialmente poluidoras.

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O projeto, aprovado em maio, remove a exigência de licenciamento ambiental prévio para essas atividades. A Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa), o Instituto Socioambiental (ISA), o Observatório do Clima e a WWF Brasil alertam que a medida pode aumentar a degradação ambiental, a contaminação de corpos d’água e a redução da biodiversidade.

Alexandre Gaio, presidente da Abrampa, destacou que a silvicultura em larga escala possui significativo potencial poluidor, e dispensar o licenciamento ambiental pode levar à ampliação da degradação ambiental e à extinção de espécies.

Maurício Guetta, consultor jurídico do ISA, reforçou a inconstitucionalidade da dispensa do licenciamento, citando decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que reafirmam a necessidade dessa exigência para atividades potencialmente degradantes.

Espécies invasoras

As entidades argumentam que o projeto favorece a propagação de espécies exóticas invasoras, contaminação de corpos d’água pelo uso intensivo de agrotóxicos e fertilizantes, redução da biodiversidade e conflitos pelo uso da terra e dos recursos hídricos. Daniela Malheiros Jerez, analista de políticas públicas do WWF-Brasil, defende que o licenciamento ambiental é essencial para o desenvolvimento sustentável do país e que o projeto deve ser vetado por inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse público.

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Por outro lado, defensores do projeto, incluindo a bancada ruralista e a Indústria Brasileira de Árvores (IBA), argumentam que a silvicultura contribui para o reflorestamento de áreas degradadas e que o licenciamento ambiental é um processo burocrático que prejudica o desenvolvimento da atividade.

O ex-senador Álvaro Dias, autor do projeto, destacou que a inclusão da silvicultura como atividade potencialmente poluidora não se justifica e que o licenciamento ambiental é desnecessário e oneroso.

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