Ela é mineira, dona de cinco fazendas de gado em Goiás e uma personalidade exuberante, Roseli Tavares adora o sotaque caipira e brinca: “Puxo bem o sotaque pra o pessoal da cidade grande achar que eu sou besta”, diz, aos risos.
Esta leveza, presente tanto na entrevista quanto nas mesas de negociação em várias partes do mundo, é a marca de Roseli. “Paciência é minha maior virtude“, afirma. Na tomada de decisões, afirma ser conservadora: “desde pequena, meu pai falava que com gado não tem tanto erro. Pode-se ganhar muito dinheiro com soja, commodities, etc…Com gado, não se ganha tanto, mas é algo estável”, pondera.
Com este jeito bem-humorado, ela fala do que as pessoas que vivem no interior, longe das grandes cidades, têm a ensinar: “Lá existe a credibilidade, de saber quem você é. Compro gado pelo telefone, me conhecem, não vão me dar uma ‘marcha ré’. Aqui, você não sai com um sapatinho de R$ 100 da porta da loja antes do cartão passar na maquininha”, diz Roseli.
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Hoje, fala com muita tranquilidade do trabalho à frente das fazendas de gado. Mas lembra que, no início, não foi fácil. Apesar de ser herdeira do renomado pecuarista Arlindo Tavares, Roseli conta que aprendeu “do zero” o ofício:
“Aprendi a lavar chiqueiro, acender fornalha, isso foi a minha vida. Quando eu era jovem, meu pai já me ensinou a sair com ele para comprar gado e negociar“, conta Roseli. Depois que os pais morreram, percebeu que precisava honrar este legado.
“Não quis deixar esta missão de administrar a fazenda para outra pessoa. Arrumei coragem e botei a mão na massa. Adoraria ser princesinha, ficar com amigas na academia, mas fiz deste ofício um prazer”, conta Roseli.
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