As cheias dos rios no Amazonas levaram 40 municípios a decretarem situação de emergência, um ano após o estado registrar a maior inundação de sua história. Segundo o Cemoa (Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil do Estado do Amazonas), 402.771 casas foram afetadas pela cheia.
Os recordes de inundações e suas fortes consequências tem sido frequentes nessas cidades. De acordo com a Folha de São Paulo, das 11 maiores cheias registradas desde que a medição passou a ser feita em 1902, sete ocorreram a partir de 2009.
“Faltam dois dedos para a água entrar na minha casa. Tomara Deus que o rio pare logo. Tudo muda na nossa vida quando o rio avança para dentro da cidade”, declarou Alberta Reis de Oliveira, de 56 anos, que vive no município de Carreiro da Várzea, no Amazonas. Neste ano, 58 dos 62 municípios enfrentam os danos causados pela enchente.
De acordo com dados do Cemoa, os danos mais severos ocorreram em Careiro da Várzea e Anamã, que ficaram completamente debaixo da água, e nas áreas dos demais que estão parcialmente inundados, como é o caso da zona rural e da orla do centro de Manaus. Luna Gripp, pesquisadora responsável pelo sistema de alerta hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) afirmou que o rio Negro está na marca de 29,39 metros. No maior registro histórico, em 2021, a marca chegou a 30,02 metros.
A pesquisadora aponta fatores variados que influenciam na subida dos rios, como as chuvas nas cabeceiras, que ocorreram semanas atrás, as chuvas afluentes e a vazantes de outros rios. “Levamos um século para ter nove cotas de inundação severa e, recentemente, em 12 anos, atingimos este mesmo registro de nove cheias históricas”, disse Gripp.
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Dos 62 municípios do estado, 59 estão sofrendo com danos causados pela cheia. De acordo com a Defesa Civil do Estado, um total de 320.222 pessoas estão sendo diretamente afetadas.
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— Serviço Geológico do Brasil (@CPRM_Oficial) May 25, 2022