medidas estratégicas

94% das cidades brasileiras não estão preparadas para prevenção de tragédias climáticas, diz pesquisa

Os dados foram coletados na edição de 2020 da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), conduzida pelo IBGE, e refletem as respostas dos próprios municípios

94% das cidades brasileiras não estão preparadas para prevenção de tragédias climáticas, diz pesquisa
94% das cidades brasileiras não estão preparadas para prevenção de tragédias climáticas, diz pesquisa – Créditos: Gustavo Mansur / Palácio Piratini

Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (29) pelo Instituto Cidades Sustentáveis (ICS) revelou que 94% das cidades brasileiras não estão adequadamente preparados para prevenir tragédias climáticas. Esses municípios possuem menos da metade das 25 estratégias necessárias para enfrentar eventos como enchentes, inundações e deslizamentos de encostas.

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O estudo analisou a presença de medidas preventivas em documentos como o Plano Diretor e a Lei de Uso e Ocupação de Solo, além de verificar a existência de leis específicas para combater tragédias climáticas, planos municipais de redução de riscos, mapas de áreas vulneráveis, programas habitacionais para realocação de populações em risco e planos de contingência.

Os dados foram coletados na edição de 2020 da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), conduzida pelo IBGE, e refletem as respostas dos próprios municípios. Com base nesses dados, o ICS criou um mapa categorizando as cidades: em vermelho, aquelas com menos de 20% das estratégias; em laranja, as com 20% a 49%; em amarelo, as com 50% a 79%; e em verde, as com mais de 80%.

Cidades do RS não estavam preparadas

A pesquisa destacou uma situação alarmante no Rio Grande do Sul, onde chuvas intensas recentemente deixaram várias cidades submersas, deslocando mais de 600 mil pessoas e causando mais de 160 mortes. Das 497 cidades do estado, 304 têm menos de 20% das estratégias. Porto Alegre, a capital, possui 44% das estratégias, enquanto Itatiba do Sul é a única cidade com mais de 80%.

O ICS, em parceria com o instituto Ipec, também avaliou a percepção dos brasileiros sobre problemas ambientais e ações municipais contra mudanças climáticas, entrevistando 2 mil pessoas em 130 municípios entre 2 e 9 de maio. 79% acreditam que as prefeituras podem contribuir para combater mudanças climáticas. As principais ações sugeridas foram o aumento e conservação de áreas verdes (41%), controle do desmatamento e ocupação de áreas de manancial (36%), e redução do uso de combustíveis fósseis (26%).

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Quanto aos maiores problemas ambientais, 30% dos entrevistados apontaram o calor e o aumento da temperatura, 29% mencionaram a poluição do ar, 25% a poluição dos rios e mares, e 24% as enchentes ou alagamentos. Nas capitais, enchentes e poluição do ar foram os principais problemas (37% cada), enquanto nas periferias metropolitanas, as enchentes lideraram com 37%.

A pesquisa também segmentou resultados por região, revelando que a poluição do ar é o maior problema no Sul e Sudeste, enquanto no Nordeste, Norte e Centro-Oeste, o calor e o aumento da temperatura foram mais mencionados. Nessas regiões, o sistema de coleta e tratamento de esgoto, o desmatamento e a falta de coleta de lixo também foram citados acima da média nacional.

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