Em momentos de desastres naturais, espera-se um aumento na solidariedade e apoio mútuo entre as comunidades. Contudo, no Rio Grande do Sul,os crimes em decorrência das enchentes tornaram-se motivo de preocupação entre as autoridades. Eles variam de furtos simples até esquemas mais complexos de estelionato.
Relato de prejuízos e desolação
A empresária Marinez Silva Hauenstein, de Arroio do Meio, tornou-se uma das inúmeras vítimas da criminalidade exacerbada pela crise das enchentes. Após perder quase tudo devido à invasão da água, Marinez e sua família contam ao g1 que ainda tiveram de enfrentar o roubo total de uma de suas lojas. Um golpe devastador para quem já se encontrava numa situação de vulnerabilidade extrema. O prejuízo estimado foi de cerca de R$ 2 milhões, com a perda de aproximadamente 20 mil itens.
“Quatro lojas foram praticamente consumidas pela água, onde a gente perdeu praticamente tudo. E uma loja, que seria a loja do nosso recomeço, a loja onde a gente poderia continuar, simplesmente a gente teve ela roubada por completo”, relata a empresária.
Qual a ação das autoridades frente aos saques e crimes?
As autoridades policiais, enfrentando a dificuldade de acesso às áreas mais afetadas pelos alagamentos, têm trabalhado intensivamente para restabelecer a ordem e a segurança. O coronel Claudio dos Santos Feoli, comandante-geral da Brigada Militar (BM), destacou ao g1 a gravidade da situação, especialmente nos pontos onde o isolamento das localidades retardou a chegada de reforços policiais. Ações emergenciais foram implementadas, como o cancelamento de férias e a redução de intervalos para os policiais, além da mobilização de barcos para patrulhamento nas áreas alagadas.
O papel da tecnologia na segurança durante as enchentes
A tecnologia foi uma aliada crucial para a polícia no monitoramento e identificação de infratores durante as enchentes. Drones equipados com sensores térmicos e infravermelhos e óculos de visão noturna foram utilizados para ampliar a capacidade de vigilância das forças de segurança, mesmo sob condições adversas.
A violência disfarçada entre as doações
Um caso particularmente alarmante foi o da apreensão, pela Polícia Rodoviária Federal, de grandes quantidades de drogas estavam escondidas em um caminhão que, supostamente, transportava doações para as vítimas das enchentes. Este incidente sublinha uma faceta perversa do crime organizado que aproveita períodos de grande comoção e caos para mascarar suas atividades ilícitas.
Precauções e alertas contra golpes relacionados a doações
O aumento das fraudes, especialmente estelionatos virtuais, é outra consequência grave das enchentes no estado. Autoridades alertam para o risco de golpes onde indivíduos mal-intencionados se passam por entidades de ajuda para desviar recursos destinados às vítimas. A vigilância e o cuidado ao fazer doações têm sido constantemente recomendados pela polícia e por organizações legítimas de auxílio.
Crimes em abrigos
No dia 10 de maio, o governo do estado anunciou o reforço da segurança em abrigos. Hoje, eles atendem 77 mil pessoas. Naquela ocasião, havia o registro de crimes, inclusive sexuais, que gerou indignação de boa parte da população.
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