Cenas lamentáveis no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, estão sendo recorrentes. Afegãos, que fogem do regime autoritário do Talibã, estão vivendo no Brasil dentro do aeroporto. No mês passado, 153 entraram no país e, na última segunda-feira (12), chegaram mais 50 pessoas.
Dentre os refugiados estão uma mulher grávida de nove meses chamada Tahera e um bebê de dois meses. A afegã trabalhava em uma agência de turismo e estudava psicologia. Ela foi proibida de trabalhar e estudar. A irmã dela, que ainda é criança, também foi proibida de ir para a escola.
Sem alternativa, ela e a família de 8 pessoas desembarcaram no Brasil. No momento, a maior preocupação de Tahera é com a irmã, que está grávida de 9 meses, tem dores e está dormindo no chão.
A chegada desses grupos se dá desde o ano passado, quando as tropas americanas encerraram 20 anos de intervenção militar no Afeganistão e o grupo extremista Talibã voltou ao poder. No mês seguinte, o governo do Brasil publicou uma portaria estabelecendo a concessão de visto temporário, para fins de acolhida humanitária, a cidadãos afegãos.
O pedido de visto humanitário, diferentemente do de refúgio, tem de ser feito fora do Brasil, em alguma autoridade consular. No caso do Afeganistão, a mais próxima é a embaixada de Islamabad, no Paquistão.
Faça uma doação para que famílias refugiadas possam ter vidas dignas e seguras – clique no link.