CASO FERNANDO SASTRE

Amigo de motorista do Porsche revela consumo de álcool: “estava alterado”

Marcus Vinicius Machado foi ouvido nesta quinta-feira (11) pela Polícia Civil de São Paulo

Marcus Vinicius Machado foi ouvido nesta quinta-feira (11) pela Polícia Civil de São Paulo, no hospital em que ele se encontra internado.
Fernando Sastre, o condutor do Porshe que matou motorista de aplicativo em colisão – Créditos: Reprodução/ TV Globo

Marcus Vinicius Machado Rocha, amigo de Fernando Sastre de Andrade Filho, o condutor do Porsche que causou acidente e matou motorista de aplicativo no final do mês passado, foi ouvido pela Polícia Civil nesta quinta-feira (11). O interrogatório aconteceu no Hospital São Luiz Anália Franco, onde Marcus está internado sem previsão de alta.

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O amigo confirmou a um delegado e um investigador que o condutor do carro de luxo ingeriu bebida alcóolica e acelerou antes de colidir com o carro de Ornaldo da Silva Viana, que acabou falecendo. O acidente aconteceu no dia 31 de março, na região do Tatuapé, zona leste de São Paulo. No momento da colisão, Marcus estava dentro do carro e ficou gravemente ferido.

A sequência de eventos relatada por Marcus

O estudante de medicina revelou que na noite de 30 de março, ele, Fernando e suas namoradas se encontraram e tomaram alguns drinks. Logo depois, eles seguiram para uma casa de pôquer, onde permaneceram jogando até o início da madrugada do dia 31.

De acordo com Marcus, ele se ofereceu para ir como passageiro do amigo para garantir que ele não fizesse nenhuma “besteira”, já que Fernando estava “estava alterado por conta da bebida“. Ele ainda revelou que o amigo dirigia tranquilamente, mas ao entrar na avenida em que o acidente ocorreu, ele “deu uma acelerada“.

Além disso, o estudante disse que “não tem lembranças de como se deu o acidente“. O delegado Nelson Alves, titular do 30° Distrito Policial (DP), delegacia onde o caso foi registrado, questionou se Marcus se lembrava como foi a batida entre o Porsche e o Sandero de Ornaldo, e ele disse que só se lembra de estar no chão após o acidente e com dores, e que só voltou à consciência quando “já estava internado“.

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Em entrevista à TV Globo,  José Roberto Lourenço e Amanda Bessoni Boudox Salgado, advogados de Marcus, disseram que os detalhes não poderiam ser divulgados, mas que ele confirmou a ingestão de álcool por parte de Fernando.

“Ele contou que estavam em um restaurante, que consumiram bebidas alcoólicas lá. De lá eles foram para a casa de pôquer. Na casa de pôquer eles ficaram em mesas separadas. Ele não conseguiu ver se lá ele consumiu bebida alcoólica ou não. De lá, eles saíram, teve uma discussão, segundo ele disse, o amigo estava um pouco alterado, e a última coisa que ele se lembra é ele no carro com o amigo e o amigo acelerando”, afirmou José Roberto.

As investigações

A Polícia Civil pediu a prisão de Fernando duas vezes à Justiça, porém os pedidos foram negados. Ele está sendo indiciado três crimes: homicídio por dolo eventual, que é quando se assume o risco de matar; lesão corporal, por ter machucado Marcus; e fuga do local do acidente, por não ter prestado socorro à vítima.

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Atualmente, Fernando responde aos crimes em liberdade. A Justiça, no entanto, exigiu que ele entregasse seu passaporte à Polícia Federal e pagasse uma fiança de R$ 500 mil. Ainda, ele teve sua carteira de motorista suspensa.

Há, também, uma investigação conduzida pela Corregedoria da Polícia Militar (PM), que investiga falha no atendimento da ocorrência por parte dos policiais, já que não realizaram teste do bafômetro em Fernando.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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