Ato lembra os 10 anos do assassinato da juíza Patrícia Acioli

Após uma década do crime, os dois oficiais condenados pelo homicídio continuam na PM e  recebendo salário. O coronel Claudio Oliveira, mandante do crime, ganha R$ 40 mil, e o tenente Daniel Benitez, um dos que atirou em Patrícia, recebe R$ 10 mil

Ato lembra os 10 anos do assassinato da juíza Patrícia Acioli
Juíza assassinada, Patrícia Acioli (Crédito: Reprodução/ Instagram Rio da Paz)

A ONG Rio de Paz fez nesta quarta-feira (11) um ato em memória da juíza Patrícia Acioli, assassinada por policiais militares do 7º Batalhão de Polícia Militar (São Gonçalo) quando chegava em casa, em Piratininga, em Niterói, na região metropolitana do Rio. A magistrada foi morta com 21 tiros há 10 anos, em uma emboscada. Patricia Acioli era titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo quando foi assassinada e, como juíza na cidade, prendeu mais de 60 PMs.

Publicidade

Após uma década do crime, os dois oficiais condenados pelo homicídio continuam na PM e  recebendo salário. O coronel Claudio Oliveira, mandante do crime, ganha R$ 40 mil, e o tenente Daniel Benitez, um dos que atirou em Patrícia, recebe R$ 10 mil. Os militares de menor patente, como soldados e cabos, foram expulsos da corporação. Ao todo, 11 PMs foram condenados pela morte da magistrada.

“O assassinato da juíza Patrícia Acioli, ocorrido há exatamente 10 anos, representou um golpe frontal desferido contra valores inegociáveis, uma vez que da sua preservação, defesa e efetividade dependem todo o sentido da vida em sociedade e sobrevivência do estado democrático de direito. Tentaram silenciar a justiça. Era do conhecimento de todos o quanto ela combatia de modo destemido os crimes praticados por agentes de segurança pública do Rio de Janeiro”, disse o presidente da ONG Rio de Paz, Antonio Carlos Costa.

Costa disse que quem matou, planejou e celebrou a morte “dessa brava brasileira queria continuar agindo impunemente ao arrepio da lei”. “Em suma, naquele noite trágica, a juíza Patrícia Acioli e a nossa democracia receberam 21 tiros. Por isso, que o sangue derramado em Piratininga no dia 11 de agosto de 2011 deve ser honrado por todos nós. Sem homens e mulheres no nosso país como a querida Patrícia, a República está perdida”.

O ato ocorreu na árvore da Patrícia, onde há uma placa em homenagem à juíza, no calçadão da Praia de Icaraí, em Niterói, em frente à reitoria da Universidade Federal Fluminense (UFF). As filhas da magistrada Ana Clara e Eduarda Acioli estiveram presentes.

Publicidade

(Agência Brasil)

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.