hectares destruídos

Em 10 dias, Pantanal já tem o dobro do total de incêndios de setembro de 2023

De acordo com o LASA-UFRJ, a extensão de terra consumida pelo fogo este ano é alarmante; zonas como Aquidauana, Bodoquena e Bonito figuram entre as mais afetadas

O Pantanal registrou 736 focos de incêndio nos primeiros 10 dias de setembro, quase o dobro do total no mesmo período de 2023.
Dados do LASA-UFRJ revelam que quase 3 milhões de hectares do Pantanal foram devastados pelo fogo em 2024 – Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Pantanal registrou 736 focos de incêndio nos primeiros 10 dias de setembro, quase o dobro do total no mesmo período de 2023, quando houve 373 focos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Apenas no recorte dos 10 primeiros dias do mês, os incêndios saltaram de 85 em 2023 para 736 em 2024.

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Apesar da gravidade da situação, o número de focos ainda não superou o de 2020, ano recorde, que registrou 2.550 focos de incêndio nos primeiros 10 dias de setembro. Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ) revelam que quase 3 milhões de hectares do Pantanal foram devastados pelo fogo em 2024.

Incêndios no Pantanal

A queimada no Pantanal já dura mais de três meses, deixando um rastro de devastação. De acordo com o LASA-UFRJ, a extensão de terra consumida pelo fogo este ano é alarmante. Zonas como Aquidauana, Bodoquena e Bonito figuram entre as mais afetadas.

Além da perda de vegetação, a destruição compromete habitats de muitas espécies, algumas delas ameaçadas de extinção. A chefe de planejamento de operações do Ibama no Pantanal, Thainan Bornato, destaca ao g1 a importância da atuação dos brigadistas brasileiros, que também têm trabalhado no território boliviano para proteger a área da comunidade indígena Guató.

“São 12 brigadistas autorizados para irem à Bolívia e voltarem. A autorização é para proteger os indígenas. O fogo era observado, mas não tinham a autorização para entrar. Os brigadistas estão no combate durante o dia, na Bolívia, e voltam ao território Guató. Enviamos com apoio do Exército, Marinha e Aeronáutica”, explica a representante do Ibama.

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A maioria dos incêndios no Pantanal é alimentada pela seca intensa. Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), regiões do Rio Paraguai, que atravessa os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estão enfrentando os níveis mais baixos de água em décadas, agravando a exposição da vegetação ao fogo.

Essa seca extrema, considerada a pior da história, tem comprometido a navegabilidade do rio e ameaçado a vida selvagem. São 21 estações de medição ao longo do curso d’água, das quais 18 já registram níveis críticos.

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