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Ex-frentista, pintor baiano tem obras sobre nordestinos expostas no Louvre, em Paris

Eduardo Lima, que trabalhou como frentista para sustentar a família, se emocionou ao ver suas pinturas expostas no maior museu de arte do mundo

Eduardo Lima, que trabalhou como frentista para sustentar a família, se emocionou ao ver suas pinturas expostas no Louvre.
(Crédito: Reprodução/Instagram)

Você conhece a história da artista Frida Kahlo? A mexicana, que estudava para ser médica, sofreu um grave acidente de ônibus em 1925, obrigando-a a desistir da profissão. Acamada, ela começou a pintar. Hoje, é reconhecida como uma das maiores pintoras surrealistas da história.

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Seria impossível não lembrar da trajetória da artista mexicana ao conhecer a história de Eduardo Lima. Nascido em Capim Grosso, no sertão do estado da Bahia, o homem que já tinha como passatempo esculpir, desenhar e pintar, mas trabalhava como frentista para sustentar a família, sofreu um acidente de carro, se afastou do trabalho e passou a encarar o tempo ocioso diariamente durante sua recuperação.

Assim como Frida, o momento pós-traumático serviu para que Eduardo começasse, de fato, a pintar. A partir de então, passou a criar quadros para decorar sua casa. Ali, há 25 anos, morava com a esposa, Cida Lima, e os dois filhos, que, na época, ainda eram crianças. Até então, pintava paisagens.

“Meus amigos perguntavam se eu venderia, acho que eles nem acreditavam que eram meus. Comecei a vender para eles e com o dinheiro comprava mais materiais para pintar”, contou Eduardo Lima em entrevista ao portal de notícias g1. Ainda com os lucros, também investiu em um carro para poder transportar suas obras e ampliar suas oportunidades de vendas.

De Capim Grosso ao Louvre, em Paris

Eduardo Lima foi polindo sua arte e entendendo o foco que gostaria de dar às obras: o povo nordestino, além de suas terras e costumes. Nos quadros de Lima, notamos a presença de muitas e vividas cores, além de elementos como plantas locais, por exemplo, os cactos, e roupas e acessórios típicos, como o famoso chapéu de couro.

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Para além do nordeste e Brasil, o mundo passou a reconhecer as obras de Eduardo Lima. Atualmente, algumas de suas principais pinturas estão expostas no museu do Louvre, em Paris, nada menos que o maior museu de arte do mundo – que abriga a famosa Monalisa. As pinturas do artista brasileiro estão localizadas no Carroussel do acervo.

Nas redes sociais, os filhos do artista compartilharam um vídeo que receberam dos pais durante viagem ao país europeu. No registro, podemos ver Eduardo, ao lado da esposa, nitidamente emocionado. “Não pude conter a emoção. É uma realização muito grande!”, escreveu o artista na legenda.

“Hoje eu quero agradecer. Quem diria, um menino do sertão nordestino, filho de uma cozinheira e de um oleiro [pessoa que trabalho com barro]. Eu trabalhei nove anos como frentista para sustentar minha família, profissão esta que eu me orgulho muito. Mas eu tinha um sonho: viver de arte”, disse Eduardo Lima.

“Sempre que eu falava desse sonho para meus amigos e familiares, eles diziam: ‘Vai em frente, você consegue’. E hoje eu estou diante da obra mais famosa do mundo, a Monalisa, e o mais especial disso é que minha obra também está exposta nesse mesmo espaço. Eu chorei de emoção, de alegria, porque, para mim, é uma conquista e uma vitória muito grande”, finalizou.

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