dificuldade de acesso

Falta de estrutura dificulta cadastros no Auxílio Reconstrução no RS

Apenas 15 dos 469 municípios atingidos por desastres naturais conseguiram cadastrar beneficiários para o auxílio emergencial

estrutura
Residentes do Rio Grande do Sul não conseguem acessar benefício por falta de estrutura – Créditos: Reprodução/Agência Brasil

A falta de estrutura adequada tem dificultado o cadastro de moradores para o Auxílio Reconstrução no Rio Grande do Sul. Dos 469 municípios afetados pela recente tragédia climática, apenas 15 conseguiram habilitar seus moradores para receber o benefício de R$ 5,1 mil.

Publicidade

Segundo o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, até o momento, 44.592 famílias foram habilitadas, a maioria delas na cidade de Canoas. Isso porque as prefeituras enfrentam grandes desafios logísticos para realizar os cadastros. A falta de recursos e a infraestrutura danificada são obstáculos significativos, por exemplo.

A Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) tem atuado junto aos municípios para identificar e resolver essas dificuldades, buscando melhorar a eficiência no processo de habilitação dos moradores para o auxílio. Segundo o coordenador-geral da entidade, Professor Nado, a falta de estrutura, agravada pelas consequências da própria enchente, é um desafio adicional para responder as solicitações com velocidade.

“Algumas pessoas não têm documentos, não estão tendo acesso até mesmo a computador [para confirmar cadastro]. Nós temos prefeituras que não existem mais, a estrutura de Roca Sales, a estrutura de Muçum, de Eldorado do Sul, Cruzeiro do Sul, para citar alguns, não têm nem sede mais. É um quadro complexo, e todas as solicitações hoje que o governo federal, que o governos estadual faz, que são importantes, que é necessário, é tudo via sistema. Isso esbarra. E nas cidades maiores tem um contingente [muito grande]. Em São Leopoldo, temos praticamente 100 mil pessoas atingidas. Então, num curto prazo, de uma semana ou nem isso, quando foi anunciado de forma detalhada. Estão todos correndo contra o tempo”, disse o dirigente à Agência Brasil.

“Não há, nesse momento, condições objetivas de avaliar se há erro ou fracasso na ação. Nós temos 2 milhões de pessoas no Rio Grande do Sul hoje com imensa dificuldade, afetados direta ou indiretamente. Ainda mais com os limites estruturais das prefeituras [nesse momento]”, explicou.

Publicidade

O governo federal já recebeu 75.213 registros de solicitação do auxílio, mas a meta é alcançar cerca de 200 mil pessoas afetadas pela tragédia. O esforço de reconstrução é crucial para a recuperação das comunidades atingidas, e a liberação rápida do auxílio financeiro pode fazer uma diferença significativa para as famílias que perderam tudo.

Para tentar agilizar o processo, a Famurs tem solicitado apoio adicional do governo federal e estadual, além de recursos para reforçar a capacidade das prefeituras de realizar os cadastros. A expectativa é que, com essas medidas, mais municípios possam habilitar seus moradores para receber o auxílio nos próximos dias, acelerando a recuperação das áreas devastadas.

Publicidade

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.