Geraldo Sarno, cineasta baiano, morreu na noite desta terça-feira (22) no Rio de Janeiro, aos 83 anos. À CNN a assessoria do Hospital Copa D’Or, que fica localizado em Copacabana, zona sul da capital carioca, informou seu falecimento e se solidarizou com familiares e amigos. A causa de sua morte não foi informada.
História
Geraldo Sarno nasceu no dia 6 de março de 1938 na cidade de Poções, no interior da Bahia. Sarno cresceu em convívio com uma comunidade de imigrantes, no meio do sertão, segundo o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da FGV.
“O cinema já estava presente em sua infância, quando frequentava as três salas de cinema de sua cidade, assistindo filmes e, principalmente, séries com amigos, inclusive Glauber Rocha, com quem colecionava fotogramas e fazia projeções em casa”, relata o CPDOC.
Depois de uma passagem por Cuba, em 1964, onde estudou cinema, Sarno começou a se relacionar com outros nomes do cinema, como Maurice Capovilla e Vladimir Herzog. Nos próximos anos, lançou seus primeiros filmes, “Viramundo” (1965) e “Auto da Vitória” (1966).
Geraldo começou a se aprofundar no trabalho de temas populares da cultura do sertão nordestino. O resultado das pesquisas está retratado nos filmes “Os Imaginários” (1965) e “O Engenho” (1970).
“Nos anos 1970, a reflexão a partir dos filmes-verbetes, como ficaram conhecidos esses filmes, se estendeu à cultura negra do litoral, com Iaô (1976) e à ficção, com Coronel Delmiro Gouveia (1978)”, informou o CPDOC.
O cineasta nos anos 1990, passou a ministrar cursos de cinema, realiza a série documental “A Linguagem do Cinema” e trabalha na revista Cinemais com outros diretores brasileiros, como Walter Salles, Júlio Bressane e Ruy Guerra. “É reconhecido como um diretor que aborda a cultura popular, a história nacional e suas problemáticas de uma maneira reflexiva e emblemática”, relembra o CPDOC.
Geraldo Sarno (1938 — 2022) pic.twitter.com/m2bYI3KKtX
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Eterno independente, a partir dos anos 1960 Geraldo Sarno (1938-2022) foi figura central na modernização do documentário brasileiro. Ao centro, como lugar, o sertão, cenário e campo de pesquisa; como tema, as culturas populares. Quem esquece “Viramundo” (1965)?Obrigado e R.I.P. pic.twitter.com/AbzvCLAoeF
— Amir Labaki (@amirlabaki) February 23, 2022