INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Governo de Tarcísio vai usar ChatGPT para produzir aulas digitais

Com a nova medida, professores que produziam as aulas farão um trabalho de checagem do material feito por IA

Com a nova medida, professores que produziam as aulas, farão um trabalho de checagem do material feito pelo ChatGPT.
Governo de Tarcísio usará ChatGPT na produção de aulas – Créditos: Divulgação/Sergio Barzaghi/EducaçãoSP

O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) vai utilizar a plataforma de inteligência artificial, ChatGPT, para produzir material das aulas digitais. Essas aulas serão usadas pelos professores de toda a rede estadual da educação de São Paulo.

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O material é, atualmente, criado por professores especialistas na área de elaboração de conteúdo, os curriculistas. Agora, com a nova medida, estes profissionais farão um trabalho de checagem, tendo função de “avaliar a aula gerada e realizar os ajustes necessários para que ela se adeque aos padrões pedagógicos“, afirmou o governo.

Os professores das escolas públicas do estado receberam um documento com as novas orientações para produção destas aulas, para o 3° bimestre deste ano. O texto, de acordo com a Folha de São Paulo, informa que o papel do ChatGPT irá fabricar a “primeira versão da aula com base nos temas pré-definidos e referências concedidas pela secretaria”. Logo depois, os docentes serão orientados a editar este material e enviar para a revisão final, para correção e formatação.

A Secretaria Estadual da Educação informou, em nota, que está em fase de planejamento para que o uso da inteligência artificial seja feito na atualização do material digital do terceiro bimestre dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio. A pasta alega que a ferramenta irá se basear no que foi elaborado pelos professores nos últimos meses, além de material didático de outras fontes.

Renato Fender, atual secretário da Educação, foi o idealizador desta medida, e justifica a mudança com a tentativa de agilizar a produção do material didático utilizado pelos alunos da rede estadual.

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Ele ainda defende que este formato de produção das aulas é mais adequado, pois prioriza conteúdos cobrados em grandes avaliações nacionais, como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

Esse método, com uso do ChatGPT, fará com que os professores tenham que entregar mais aulas por semana. Até agora, eles deviam entregar quatro aulas semanais, porém com a ferramenta, deverão apresentar três aulas a cada dois dias úteis, sendo seis aulas por semana no mínimo.

Críticas ao uso do ChatGPT

Com o anúncio da nova medida, o governo foi alvo de diversas críticas. Uma delas foi proferida pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que utilizou suas redes sociais para afirmar que a decisão não é de grande inteligência. Que tal trocarmos o Governador pelo ChatGPT? Afinal, uma proposta dessas já é de uma inteligência sub-humana”, disparou.

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Já a vereadora de Florianópolis, Elenira Vilela (PT), disse em entrevista à TV 247 que a medida empobrece a educação e desvaloriza o trabalho dos professores. “O que eles querem oferecer para as crianças e adolescentes de São Paulo é lixo, pois é impossível produzir um bom material didático nas condições que o governo de São Paulo está oferecendo. O lixo do lixo baseado em inteligência artificial”, enfatizou.

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Ela ainda completou afirmando que há razões ideológicas e econômicas por trás da mudança. “É um negócio. Tem a ver com ideologia, tem, mas principalmente com o dinheiro”. 

*sob supervisão de Tomaz Belluomini

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