As hidrelétricas localizadas no Sudeste e no Centro-Oeste podem atingir o maior nível de armazenamento para o mês de janeiro desde 2016, em meio a chuvas abundantes e baixo crescimento da demanda.
Nesta sexta-feira (7), a ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) afirmou que os reservatórios da região terminarão janeiro com 40% da capacidade de operação. Na semana passada foram previstos 37% de operação para o mês.
O anúncio é tido como positivo já que em setembro de 2021 a capacidade dos reservatórios era de apenas 17%. Na época, existia a forte ameaça de um possível racionamento de energia, levando o governo a adotar uma série de medidas.
Nos últimos anos, o nível de armazenagem nos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste oscilou na faixa de 20%. O indicador era preocupante economicamente, já que de 65% da geração de energia do Brasil é feita por hidrelétricas.
No ano passado, quando o país enfrentou a pior seca dos últimos 90 anos, os reservatórios da região atingiram 23,3% da capacidade em janeiro.
Luiz Barroso, presidente da consultoria PSR, diz que o bom nível de chuvas nesse período úmido, aliado ao acionamento de parte do parque termelétrico e um crescimento baixo da demanda, tem permitido a recuperação dos lagos que abastassem as hidrelétricas.
Barroso ainda destacou a importância da flexibilização das restrições operativas hidráulicas de algumas usinas. Essa estratégia, tomada ao longo da crise hídrica do ano passado, terá contribuição relevante para o enchimento dos reservatórios, avalia.
Em relação as chuvas, o ONS previu nesta sexta-feira (7) que as hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste receberão o equivalente a 105% da média histórica em janeiro, ante 96% previstos na semana passada.
Confira na íntegra o balanço feito pela ONS.