R$ 2 milhões

Ibama multa Eletronuclear por liberação de material radioativo no mar

O acidente envolveu a liberação não programada de água contaminada com substâncias radioativas na Baía de Itaorna, no litoral sul fluminense.

Ibama multa Eletronuclear por liberação de material radioativo no mar
(Crédito: Divulgação/ Eletronuclear)

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deu uma multa de R$ 2 milhões para a Eletronuclear por um acidente ocorrido na Usina Nuclear Angra 1 em setembro do ano passado, segundo o g1. A informação foi divulgada pela própria empresa, que administra o complexo nuclear de Angra dos Reis.

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O acidente envolveu a liberação não programada de água contaminada com substâncias radioativas na Baía de Itaorna, no litoral sul fluminense.

Na última quarta-feira (22), a Justiça Federal determinou que a Eletronuclear realize, em até 30 dias, uma avaliação completa dos danos causados no acidente, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), segundo a Agência Brasil.

Além disso, a Vara Única de Angra dos Reis determinou que a Eletronuclear evite atividades que possam agravar a contaminação ambiental da área afetada pelo acidente, incluindo o descarte inadequado de novos resíduos radioativos.

Segundo a Justiça, relatório do Ibama apontou falha estritamente humana, enquanto a Eletronuclear aponta problemas de corrosão de tubulações, falha humana e condições climáticas.

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De acordo com a Agência Brasil, na ação civil pública, o MPF considera que a Eletronuclear teria tentado esconder o incidente e pede a responsabilização da estatal.

Em nota, a Eletronuclear informou que, no dia 16 de setembro, Angra 1 fez liberação não programa de “pequeno volume de água contendo substâncias de baixo teor de radioatividade”.

A empresa disse que os índices de radioatividade estavam abaixo dos limites da legislação que caracterizam a ocorrência de um acidente.

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Nota da empresa:

“Em relação à matéria “Eletronuclear deixa de informar vazamento de material radioativo no mar e vira alvo na Justiça”, publicada hoje (23) pelo site do jornal O Globo, a empresa esclarece alguns pontos que não ficaram claros na reportagem.
Ao contrário do que afirma o veículo, não houve acidente radioativo em Angra 1. Em 16/09/22, ocorreu uma liberação não programada na usina de cerca de 90 litros de água (o equivalente a dois tanques de combustível de um carro popular) contendo substâncias com baixo teor radioativo. Como os valores estavam muito abaixo dos limites da legislação que caracterizam a ocorrência de um acidente, a empresa tratou o evento como incidente operacional interno e informou o assunto nos relatórios regulares enviados às autoridades competentes.
Inicialmente, por conta própria e depois sob demanda do Ibama, a companhia intensificou a monitoração radiológica no local de despejo das águas pluviais sem encontrar nenhum impacto ambiental.
O Laboratório de Monitoração Ambiental (LMA) da Eletronuclear realizou, na Baía de Itaorna, a análise de amostras de água do mar e de sedimentos marinhos, coletadas em locais escolhidos próximos às saídas de água de Angra 1. Como resultado, não foram encontrados radionuclídeos artificiais – aqueles produzidos pelas atividades do homem, como por exemplo num reator nuclear – na água do mar.  Em somente uma amostra de sedimentos marinhos foram encontrados dois elementos com uma atividade radiológica baixa, fato que foi devidamente informado aos órgãos fiscalizadores.
Para se ter ideia, o valor verificado foi bem menor do que o recebido por um indivíduo submetido a uma radiografia de tórax e cerca de 1.000 vezes menor que a exposição anual proveniente da radiação natural, presente no nosso dia a dia. Também é menos de 2% do limite de dose para indivíduos do público estabelecido nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). Dessa forma, o LMA concluiu não ter havido impacto radiológico para o meio ambiente.
Na semana passada, a Eletronuclear recebeu do Ministério do Meio Ambiente os relatórios de fiscalização e autos de infração referentes à questão. A emissão desses documentos trouxe o tema novamente à tona, motivando a matéria do Globo.
Ao ser contatada pelo jornal, a empresa respondeu prontamente, buscando prestar os esclarecimentos necessários. Em sua resposta, a companhia frisa que vai recorrer junto ao Ibama, uma vez que entende ter cumprido o que determina a legislação.
A diretoria executiva da Eletronuclear, empossada após os acontecimentos, ressalta que abriu processo interno para apurar se houve alguma falha nas comunicações e está tomando as providências para que, daqui para frente, todos os eventos sejam divulgados com ampla transparência e publicidade.
Eduardo Grand Court
Presidente da Eletronuclear”

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