Os incêndios em biomas brasileiros têm se mostrado uma severa ameaça, causando impactos preocupantes na biodiversidade e equilíbrio ecológico. Recentemente, a plataforma da rede Mapbiomas lançou novos dados que indicam uma possível degradação que varia consideravelmente nos últimos anos, afetando milhares de hectares de vegetação nativa no Brasil.
Este lançamento, que ocorreu nesta última sexta-feira, traz um panorama detalhado que faz uso de dados, mapas e códigos produzidos gratuitamente. O estudo revela que variadas regiões ainda que não inteiramente desmatadas, sofrem alterações significativas na sua composição biológica. Tais avanços são um importante passo para a conscientização e desenvolvimento de políticas mais eficazes no combate a essa degradação.
Qual a extensão do dano causado pelos incêndios?
De acordo com a pesquisa de Mapbiomas, a degradação causada por incêndios pode variar bastante. Desde 1986 até 2021, estima-se que entre 800 mil hectares (6,8%) e 2,1 milhões de hectares (quase 19%) do bioma foram afetados. Esse dado nos mostra não apenas a frequência, mas também a intensidade com que esses desastres naturais impactam nossas reservas ambientais.
Em um relatório do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais de 2024, o Pantanal registrou uma alta média de áreas queimadas comparado aos anos anteriores. Somente em junho, mais de 411 mil hectares foram consumidos pelas chamas, uma quantia substancialmente superior à média histórica do bioma. A Polícia Federal já está investigando as causas desses incêndios, que, segundo Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, em sua maioria ocorrem em terras privadas.
Projeções para os Biomas Nacionais
Um quarto da vegetação nativa do Brasil está em situação de risco. Regiões como a Mata Atlântica e o Cerrado lideram as estatísticas de áreas mais degradadas, apontando para a necessidade urgente de atenção e ação. A Mata Atlântica apresenta entre 36% e 73% de seus remanescentes de vegetação expostos à destruição, enquanto que o Cerrado, em números absolutos, enfrenta uma depredação que varia entre 18,3 milhões e 43 milhões de hectares.
Nesse contexto, torna-se fundamental fortalecer a implementação de políticas públicas robustas e ações de conservação efetivas que possam evitar a escalada da destruição destas verdadeiras riquezas naturais. A colaboração entre entidades ambientais, governo e comunidade são essenciais para frear esse processo acelerado de degradação que ameaça não apenas a biodiversidade, mas a qualidade de vida das futuras gerações.