Os policiais foram até a residência pedir imagens de câmeras de segurança que pudessem ter gravado ladrões que invadiram uma casa vizinha no dia anterior. Chegaram a se identificar como policiais, levavam distintivos presos a cordões, mas Rogério Saladino, dono da mansão, não acreditou.
O empresário baleou e matou a investigadora. Felipe reagiu e atingiu Rogério, que morreu. O funcionário dele, o vigilante particular Alex James Gomes Mury, tentou pegar a arma do patrão. Ele também foi baleado pelo investigador e morreu no local.
Felipe, que atirou em legítima defesa, não se feriu. Milene nem sequer conseguiu pegar a arma dela para reagir. O enterro da investigadora foi no domingo (17) num cemitério da Zona Leste da capital paulista. Na cerimônia de despedida, diversas viaturas da Polícia Civil ligaram suas sirenes em homenagem a Milene.
Ela atuava no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Além do diretor do Deic, Fábio Pinheiro Lopes, o secretário da Segurança Pública (SSP), Guilherme Derrite, foi ao velório da policial.
“Estamos todos destruídos. Era brilhante como policial, como amiga e como mãe”, disse Thiago Delgado, delegado da Divisão de Roubos e Latrocínios do Deic, que trabalhava com Milene. De acordo com a equipe de repórteres da TV Globo e do G1 SP, a Polícia Civil lamentou por meio de nota no X (antigo Twitter) a morte da investigadora.
Segundo a nota, a investigadora fez várias operações importantes na Polícia Civil, esclarecendo diversos crimes. Numa delas, entrou num aplicativo de relacionamento para se aproximar de um criminoso procurado por roubo seguido de morte. Ela fingiu estar interessada nele e marcou um encontro. Depois, com o apoio de outros policiais, ajudou a prendê-lo.
“É com imenso pesar que a Polícia Civil informa que a investigadora Milene Bagalho Estevam faleceu ontem, 16/12, no cumprimento da função”, informa trecho do comunicado. “A Polícia Civil presta os mais sinceros sentimentos de solidariedade à família e aos amigos.”
Investigação
O caso é investigado pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e foi registrado pela Polícia Civil como “homicídio” e “morte decorrente de intervenção policial”.
A polícia informou ter encontrado “porções de maconha” e outras drogas na residência de Rogério. O Instituto Médico Legal (IML) também fará testes para saber se o empresário estava sob efeito de alguma droga ou bebida quando atacou os policiais.
Rogério era sócio-presidente do Grupo Biofast, empresa brasileira que desde 2004 atua no mercado de medicina diagnóstica, entregando resultados de exames médicos para os setores público e privado. Entre as análises realizadas estão as clínicas, anatomia patológica e biologia molecular.
O empresário namorava a modelo e arquiteta Bianca Klamt, de 37 anos. Ela chegou a postar vídeos e fotos do casal nas suas redes sociais com mensagens como “muita saudade“. Rogério deixa um filho, de 15 anos, fruto de um relacionamento anterior.
*sob supervisão de Camila Godoi