Na sexta-feira, o Rio Acre atingiu a menor cota já registrada na história, igualando o recorde anterior de 1,25 metro medido em outubro de 2022. Esta medição foi divulgada pela Defesa Civil de Rio Branco, que faz monitoramentos diários desde 1971. A situação é crítica, agravada pela poluição do ar, classificada como ‘perigosa’ pelas plataformas de monitoramento desde o início de setembro de 2024.
Qual a situação atual no Rio Acre?
Até esta sexta-feira, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente registrou apenas 62,40 milímetros de chuva. A última precipitação significativa ocorreu em 6 de setembro, somando pouco mais de 10 milímetros. Os dados são alarmantes, e a falta de chuva agrava a situação na capital do Acre, Rio Branco, onde a seca está afetando intensamente a população local.
A seca severa no Rio Acre afeta diretamente açudes, poços artesianos e igarapés. Pelo menos 37 comunidades da capital estão dependendo do abastecimento de água fornecido pela Defesa Civil Municipal. Maria José Araújo, moradora do Ramal do Romão há 14 anos, diz que é a primeira vez que a região ficou sem água.
Como a população está sendo impactada?
Equipes da Defesa Civil de Rio Branco estão realizando uma operação para abastecer as comunidades com caminhões-pipa. Diariamente, são distribuídos 300 mil litros de água para cerca de 35 mil pessoas. “Esse ano começamos um mês antes, dia 16 de junho, a atender as comunidades. Superou nossas expectativas, o nível do Rio Acre está muito baixo e precisamos ajudar essa população”, disse Marcos Sampaio, coordenador da Operação Estiagem.
Quais medidas estão sendo tomadas?
A seca extrema levou o governo do Acre a decretar estado de emergência em 11 de junho, válido até 31 de dezembro de 2024. A capital, Rio Branco, publicou um decreto similar em 28 de junho, com reconhecimento pelo governo federal em 24 de julho. O coordenador da Defesa Civil estadual, coronel Carlos Batista, afirma que todos são afetados pela seca e suas consequências, impactando diversas áreas da sociedade.
A seca tem solução a longo prazo?
A barragem do Rio Acre possui cerca de 30 metros de extensão, e se o nível do rio continuar baixando, planeja-se aumentar o aterro para evitar o desabastecimento. Atualmente, a capacidade de captação de água nas duas ETAs de Rio Branco está em 96%. “Esse ano está sendo o segundo pior em 54 anos. Conversamos com diversos órgãos para discutir sobre isso e tentar uma solução definitiva”, alertou Enoque Pereira, diretor-presidente do Saerb.
Quais são as consequências e impactos da seca?
- Bacia em situação de seca: Toda a bacia do Rio Acre está em alerta máximo devido à falta de chuvas, situação que já dura dois meses.
- População impactada: Mais de 387 mil pessoas são afetadas nas áreas urbana e rural de Rio Branco.
- Prejuízos: Produtores perderam plantações e as vendas caíram. O baixo nível do rio também afeta a logística de transporte das mercadorias.
Especialistas já haviam previsto uma seca antecipada antes da publicação do decreto de emergência. No final de maio, o Rio Acre registrou 2,52 metros, a menor marca para o mês. Desde então, o nível do rio caiu 61 centímetros. Um gabinete de crise foi montado para tomar medidas necessárias devido à redução das chuvas e ao risco de incêndios florestais.
A situação no Rio Acre é alarmante e requer medidas urgentes e eficazes para mitigar os impactos da seca extrema. A comunidade e os órgãos públicos estão trabalhando juntos para enfrentar esse desafio e assegurar o abastecimento de água para toda a população.
Siga a gente no Google Notícias