Desde o final de 2023, modelos climáticos indicavam a possibilidade de um evento de La Niña se estabelecer durante o outono de 2024, atingindo forte intensidade agora, no segundo semestre. No entanto, com o passar dos meses, os dados foram ajustados, atrasando o início do evento e diminuindo sua intensidade prevista.
Conforme o último boletim da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA) dos Estados Unidos, publicado no início desta semana, a anomalia da temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central-Leste (região Niño 3.4) está em -0,1ºC. Este valor se encontra na faixa de neutralidade, que varia de -0,4ºC a +0,4ºC.
O que é La Niña?
O fenômeno La Niña caracteriza-se por temperaturas abaixo da média na superfície do Oceano Pacífico equatorial central e oriental. Este fenômeno contrasta com o El Niño, sua contraparte quente, e é parte do fenômeno mais amplo conhecido como El Niño-Oscilação Sul (ENOS), que influencia os padrões climáticos globais.
Durante um evento de La Niña, as temperaturas mais frias da água do oceano têm efeitos significativos nos padrões de vento, precipitação e temperatura ao redor do mundo. A última ocorrência foi entre 2020 e 2023, causando sucessivas estiagens no Sul do Brasil e uma crise hídrica no Uruguai, Argentina e Paraguai.
Como a La Niña afeta o Brasil?
Os efeitos da La Niña no Brasil variam conforme a região do país. No Sul, geralmente há uma redução nas chuvas, enquanto o Norte e o Nordeste tendem a registrar um aumento significativo das precipitações.
- No Sul, cresce o risco de estiagens, especialmente no Mato Grosso do Sul.
- No Norte e Nordeste, as chuvas aumentam, podendo ocasionar enchentes e inundações.
- O fenômeno também favorece o ingresso de massas de ar frio, resultando em temperaturas mais baixas, especialmente no outono e início do inverno.
Quais são os cenários possíveis para 2024?
Há dois cenários possíveis para os próximos meses:
- Um evento de La Niña muito fraco e de curta duração entre a primavera e o verão.
- O Pacífico mantém-se em neutralidade, mas com anomalias de temperatura próximas aos valores de La Niña, sem, no entanto, atingir a caracterização oficial do fenômeno.
A NOAA estima uma probabilidade de até 72% para um evento de La Niña até o final de 2024. No entanto, a previsão é cautelosa devido às condições atuais limítrofes.
Em meio aos fenômenos climáticos, o conhecimento e a preparação são as melhores defesas. Continue acompanhando as previsões e cuide para minimizar os impactos, independente do que o clima traga.
Siga a gente no Google Notícias