
Considerada a maior feira de arte moderna e contemporânea da América Latina, a 20ª edição da SP-Arte acontece entre os dias 3 e 7 de abril. A exibição ocorre no Pavilhão da Bienal, que fica no Parque Ibirapuera, em São Paulo.
Durante os cinco dias de exposição o público poderá conferir obras de 1.500 artistas, incluindo grandes nomes como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Tomie Ohtake. Ao todo, a feira conta com 190 expositores que ocupam três pisos do Pavilhão. Estão divididos em galerias de arte, design, editoras e instituições culturais.
Logo no primeiro andar do espaço, é possível conferir obras que já foram adquiridas e estão sendo revendidas, em sua maioria assinadas por artistas consagrados. No segundo andar, obras comercializadas pela primeira vez. E, por fim, no piso térreo estão os estandes voltados para o design e às editoras.
O primeiro dia da exposição conta apenas com convidados, diferentemente da edição de 2023, que recebeu reclamações dos próprios galeristas por ter o seu primeiro dia lotado, o que dificultou as vendas. O público geral pode entrar, por R$ 80 pelo ingresso, entre quinta-feira (4) e domingo (7). São esperadas mais de 30 mil pessoas.
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20 anos de SP-Arte
“Eu não tenho uma novidade, mas, ao mesmo tempo, tenho uma novidade, que é a gente estar aqui 20 anos depois. A SP-Arte se confunde com a história da formação do mercado de arte contemporâneo, com esta configuração de colecionadores, museus e consultores de arte”, diz Fernanda Feitosa, a fundadora da feira, em entrevista à Folha de S.Paulo.
Criada em 2005, a SP-Arte iniciou a sua história com 41 galerias e aproximadamente 7 mil visitantes. Com o decorrer dos anos, além de se consolidar no Brasil, alcançou o cenário internacional. Chegou a ter 168 galerias e 31 mil pessoas em sua última edição.
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Atualmente, a feira está basicamente voltada para o mercado interno, sem a presença das gigantes de fora. As galerias estrangeiras são sobretudo de países da América Latina. Nacionalmente, o objetivo é expandir o mercado para fora de São Paulo e Rio de Janeiro.
Ainda para a Folha, Feitosa conta que a perda de ritmo da economia brasileira na última década afetou o preço pelo qual as obras de artistas internacionais são vendidas. Sendo assim, justifica a prioridade para o mercado nacional.
Segundo projeções da própria SP-Arte, a feira gera R$ 250 milhões em vendas de obras. Parte deste valor é auditado pela Fazenda do Estado de São Paulo, que concede isenção de imposto para as galerias do estado.
Nesse sentido, por meio do programa de doações, a SP-Arte já colaborou com a formação de acervos de museus como a Pinacoteca de São Paulo, o Masp e o MAM, além de ter gerenciado laboratórios de curadoria. Este ano, a Pinacoteca garantiu a doação de quatro obras antes mesmo do primeiro dia de evento.
O que fazer além de comprar?
Além de movimentar o mercado, a feira é um ótimo evento para aqueles que apenas gostam de apreciar e aprender. Para o Estadão, Fernanda comentou que para ela, antes de tudo, a SP-Arte é um espaço de fluição cultural e educativa.
“Provavelmente, 85% das pessoas que vão à feira não vão para comprar. Uma pequena parcela apoia e sustenta todo o mecanismo de negócios, enquanto a grande maioria do público está ali se educando, corroborando, divulgando”, completou.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini