Programa Queimadas

Pantanal acumula em 12 meses mais de 9 mil focos de incêndio

Nos últimos 12 meses, o bioma acumulou 9.014 focos de fogo, um número quase sete vezes superior aos 1.298 registrados no mesmo período do ano anterior

O Inpe, através do Programa Queimadas, registrou nesta quinta-feira (20) um total de 238 focos de incêndio no Pantanal.
Número é quase sete vezes maior que o do mesmo período em 2023 – Crédito: Joédson Alves/Agência Brasil

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), através do Programa Queimadas, registrou nesta quinta-feira (20) um total de 238 focos de incêndio no Pantanal. Esse número marca um novo aumento após uma breve redução, sucedendo o pico de 421 focos ocorrido nos dias 14 e 15 de junho.

Publicidade

Nos últimos 12 meses, o bioma do Pantanal acumulou 9.014 focos de fogo, um número quase sete vezes superior aos 1.298 registrados no mesmo período do ano anterior. Além do crescimento no volume de queimadas, destaca-se a antecipação do problema, que em anos anteriores se intensificava apenas a partir de agosto.

O Pantanal, reconhecido como a maior área úmida contínua do mundo, já sofre os efeitos do fenômeno El Niño, perceptíveis na redução do volume dos rios que cortam o bioma. Em maio, a Agência Nacional de Águas (ANA) declarou uma situação crítica de escassez hídrica na Bacia do Paraguai.

Na última sexta-feira (14), o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou a criação de uma sala de situação para coordenar ações preventivas e de controle de incêndios e secas. Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), destacou que a situação mais crítica se concentra na região de Corumbá, no Mato Grosso do Sul.

“Pela primeira vez estamos com o Pantanal completamente seco no primeiro semestre. O Ibama já contratou mais de 2 mil brigadistas para atuar em todo o país, com foco inicial no Pantanal e na Amazônia”, afirmou Rodrigo Agostinho.

Publicidade

Uma pesquisa recente da rede MapBiomas revelou que, proporcionalmente, o Pantanal é o bioma mais afetado por queimadas nos últimos 39 anos. Foram 9 milhões de hectares queimados, representando 59,2% do território que abrange os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Entre 1985 e 2023, Corumbá foi o município com o maior número de queimadas registradas no país, enquanto o Pantanal é a região que mais sofreu com “cicatrizes de fogo” na vegetação nativa, com 25% do território afetado.

No Dia Mundial do Meio Ambiente, foi firmado um pacto entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e os governadores dos estados que compõem o Pantanal e a Amazônia. Esse acordo prevê ações de prevenção e combate às queimadas, incluindo a suspensão de autorizações de queima até o final do período seco.

Publicidade

Procurado pela reportagem da Agência Brasil, o Ministério do Meio Ambiente não havia respondido até o momento da publicação desta matéria.

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.