A Polícia Militar de São Paulo negou que a bala que atingiu uma criança na manhã de ontem (17), em Paraisópolis, uma das maiores comunidades da capital paulista, tenha sido disparada por policiais após tiroteio na região.
Segundo a PM, embora a análise sobre o caso sejam ainda preliminar, imagens gravadas por câmeras corporais de três policiais que participaram da ação confirmam que o disparo que atingiu o menino não foi realizado por um policial militar.
“De acordo com a análise das câmeras, podemos assegurar, já neste primeiro momento, que a criança não foi ferida por disparo de arma de fogo proveniente de arma de policial militar”, disse o coronel Emerson Massera, porta-voz da Polícia Militar.
O coronel ainda acrescentou que não sabem quem feriu a criança: “pode ter sido um disparo dos criminosos, pode ter sido um pedaço de reboco ou estilhaço ou até mesmo um ferimento provocado por uma pancada ou uma queda. Temos a informação que a tomografia realizada que não apontou lesão perfuro-contundente na criança. Foi um ferimento na testa, aparentemente um corte, que ainda está bastante inchado”.
Toda solidariedade ao menino Kauã, baleado hoje durante uma ação da Polícia Militar em Paraisópolis, e à sua família. Uma política de segurança pública que normaliza a barbárie não pode estar correta. Não podemos aceitar.
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) April 18, 2024
A criança foi baleada no rosto
O menino de sete anos estava indo a pé para a escola quando foi atingido no olho. Ele foi encaminhado para a Assistência Médica Ambulatorial (AMA) Paraisópolis às 7h50 e, por volta das 9h, foi transferida para o Hospital do Campo Limpo, onde se encontra consciente e sob cuidados médicos.
A PM informou que o olho dele ainda está bem inchado e que, por isso, o menino ainda não consegue abrir o olho. “A criança está bem e não vai precisar passar por nenhum procedimento cirúrgico”, disse o porta-voz.
Em uma coletiva de imprensa, a PM informou que foi recebida a tiros em Paraisópolis e que, por isso, precisou se proteger. “Analisamos as imagens, que nos mostram que os policiais avançaram, progrediram ali na busca dos criminosos. Houve um momento em que os criminosos atiraram novamente contra os policiais e, percebemos, pela dinâmica da ocorrência, que surgiu um veículo com uma mulher e uma criança, e depois percebemos que a criança estava ferida”.