Nesta sexta-feira (29), o calendário cristão celebra a Sexta-Feira Santa. A data, também conhecida como Sexta-Feira da Paixão, marca a crucificação de Jesus Cristo, após ter sido julgado pelo Sinédrio Judaico e pelo Senado Romano.
É um dos dias finais da Semana Santa, que se inicia com o Domingo de Ramos e que também configura o término da Quaresma.
A Quaresma é um período de 40 dias, com início na quarta-feira de cinzas, em que se prepara para a celebração da paixão, morte e ressureição de Cristo.
Essa preparação envolve lembrar e celebrar o caminho feito por Jesus Cristo enquanto carregava a cruz, até ser crucificado. Essa prática é originária do século IV, quando os fiéis iam à Jerusalém e faziam o trajeto da Paixão de Cristo. Porém, desde o século XVII a celebração ganhou popularidade mundial e passou a ser comemorada.
Em 2024, a Quaresma teve início no dia 14 de fevereiro, quarta-feira de cinzas, e acabou ontem, 28 de março. Hoje é a Sexta-Feira da Paixão e a Páscoa, em que se celebra a ressureição de Cristo, acontece no domingo, dia 31 de março.
A Igreja Católica orienta os fiéis a utilizar este período para cumprir penitências, principalmente nas sextas-feiras. É comum práticas voltadas à alimentação, com jejuns ou abstinência de algum alimento. Uma das abstinências mais comuns é deixar de comer carne vermelha.
Em entrevista à CNN, o padre José Ulisses Leva, da Capela Sion, e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), disse que não comer carne vermelha está atrelado à relação que existe com o corpo de Cristo. “A Solenidade da Páscoa, de fato, é fundamental para os cristãos. Na Igreja Católica se restringe a não comer carne vermelha: na Quarta-Feira de Cinzas e Sexta-Feira Santa. A carne vermelha recorda o corpo de Jesus Cristo”, afirmou.
O padre também ressaltou que o número de dias da Quaresma faz referência ao tempo que Jesus peregrinou do deserto e, durante estes 40 dias, permaneceu em jejum. Ele foi tentado pelo diabo três vezes, mas resistiu.
Cardápio da Sexta-Feira Santa
Maria Clara Santana é nutricionista e disse em entrevista à CNN que não há perigos para a saúde na interrupção do consumo da carne vermelha. “Em termos nutricionais não existe prejuízo para a saúde dessa abstinência, uma vez que é algo pontual e que é um alimento que conseguimos alimentos substitutos que ofertam nutrientes semelhantes e podem ser consumidos nesse período”, explicou.
Como alternativa, a profissional sugere a substituição da proteína por outras carnes. “A carne vermelha faz parte do grupo de alimentos proteicos, a substituição pode acontecer com outros alimentos desse mesmo grupo como o frango e o peixe, sendo o peixe o mais utilizado e orientado pela igreja nesse período”.
* Matéria publicada com supervisão de Ricardo Parra.