
O Instituto Cidades Sustentáveis realizou uma análise e estabeleceu um ranking da expectativa de vida nas capitais brasileiras. Com expectativa média de 72 anos, Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS) apresentam os maiores índices, enquanto Boa Vista (RR) tem o menor, com 57 anos. O estudo analisou dados do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Mapa das Desigualdades compara 40 indicadores relativos a objetivos de desenvolvimento sustentável, estabelecidos pelas ONU, abrangendo temas de saúde, educação, renda, habitação e saneamento.
Jorge Abrahão, coordenador geral do instituto e um dos responsáveis pelo estudo disse, em entrevista ao G1, que a idade média ao morrer é um sintetizador da situação social das capitais.
“A idade média ao morrer é o resultado de uma combinação de fatores. É baixa, geralmente, porque existe um problema maior de mortalidade jovem e infantil, que são reflexos de problemas nas áreas da saúde, da violência, de educação, de saneamento, de habitação“, explicou.
Expectativa de vida e desigualdades
Segundo ele, a diferença obtida entre a maior e a menor expectativa de vida, de 15 anos, é um demonstrativo da desigualdade social vista no país. “É uma diferença muito grande, um dado relevante e muito importante sobre esse que é o maior problema do Brasil. Nosso intuito é mostrar esses dados para direcionar investimentos e políticas públicas justamente para reduzir essa desigualdade“, argumentou.
O levantamento deixou claro as desigualdades existentes entre as regiões brasileiras. Capitais das regiões Sul e Sudeste dominam as primeiras colocações. “Isso mostra que as cidades do Sul e do Sudeste têm condições de infraestrutura e de acesso mais elevadas que outras cidades. Se é possível que essas cidades tenham indicadores mais elevados dentro de um mesmo país, o que elas estão fazendo para isso?”, questionou Jorge.
Além de analisar dados do SUS, o estudo também procurou observar dados de diversas instituições, como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).
* Matéria publicada com supervisão de Ricardo Parra.