POR R$ 100 MILHÕES

Ronnie Lessa afirma que matou Marielle por promessa de comandar nova milícia no RJ

“Era muito dinheiro envolvido. Na época, daria mais de 20 milhões de dólares. Ninguém recebe uma proposta de receber dez milhões de dólares simplesmente para matar uma pessoa”, disse Lessa em entrevista

Alexandre de Moraes, autorizou que o ex-policial militar Ronnie Lessa tenha reuniões com seu advogado em uma sala reservada no presídio
Alexandre de Moraes, autorizou que o ex-policial militar Ronnie Lessa tenha reuniões com seu advogado em uma sala reservada no presídio – Crédito: Reprodução / TV Globo

Ronnie Lessa, acusado de ser um dos executores do assassinato da vereadora do PSOL, Marielle Franco, e do motorista Anderson Gomes, afirmou em depoimento que os mandantes do crime ofereceram R$ 100 milhões pelo assassinato.

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A declaração foi dada à Justiça do Rio de Janeiro no âmbito das investigações sobre o caso, que ocorreu em 14 de março de 2018.

100 milhões de reais para matar

Os mandantes seriam, segundo Lessa, Domingos Brazão, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão. Lessa disse que como pagamento, os Brazão ofereceram a ele e um de seus comparsas, o Macalé (apelido do ex-PM Edimilson de Oliveira) um loteamento clandestino na Zona Oeste do Rio, avaliado em milhões de reais.

“Era muito dinheiro envolvido. Na época, daria mais de 20 milhões de dólares. A gente não está falando de pouco dinheiro […] ninguém recebe uma proposta de receber dez milhões de dólares simplesmente para matar uma pessoa”, disse.

Durante o depoimento, ele se recusou a responder várias perguntas, alegando que não tinha conhecimento dos detalhes ou que não se lembrava. A defesa de Lessa afirma que ele é inocente e que as acusações são baseadas em evidências frágeis.

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O caso de Marielle Franco, que era uma ativa defensora dos direitos humanos e críticas das milícias e abusos policiais, gerou uma ampla comoção nacional e internacional, com diversas manifestações pedindo justiça. As investigações têm sido marcadas por controvérsias e acusações de falta de transparência e lentidão

A investigação também levou à prisão de outro suspeito, Élcio Queiroz, que teria ajudado Lessa na execução do crime. Ambos os acusados são ex-policiais militares.

Assassinato de Marielle Franco

O motivo do assassinato ainda não foi completamente elucidado, mas especula-se que esteja relacionado ao trabalho de Marielle na denúncia de abusos de poder e violações de direitos humanos nas comunidades do Rio de Janeiro.

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As declarações de Lessa reacendem o debate sobre a motivação do crime e a possível existência de uma rede de mandantes com grande influência e poder econômico. As autoridades continuam a investigar para tentar identificar os autores intelectuais do assassinato e trazer justiça para Marielle e Anderson.

Leia abaixo trecho depoimento da entrevista de Lessa ao programa Fantástico, da TV Globo:

“A gente que mata. Não tem problema. Eu aceitei de cara, sem saber até quem é. […] Não é uma empreitada para você chegar ali, matar uma pessoa, ganhar um dinheirinho. Não. […] Era muito dinheiro envolvido. Na época, ele falou em R$ 100 milhões, que realmente as contas batem. R$ 100 milhões, tipo, o lucro dos 2 loteamentos. […] Na época, como até hoje, eu não sei quanto está o dólar, mas dá mais de US$ 20 milhões. A gente não está falando de pouco dinheiro. Então isso aí foi um impacto. Ninguém recebe uma proposta de receber US$ 10 milhões simplesmente para matar uma pessoa. Uma coisa assim, impactante realmente”.

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