ANIVERSÁRIO SAMPA

São Paulo, 469 anos: o mundo é aqui

A cidade é a mais perfeita tradução da alma cosmopolita do brasileiro.

São Paulo, 469 anos: o mundo é aqui
Avenida Paulista, um mundo dentro da cidade, é um ícone da cidade e palco de grandes manifestações culturais (Crédito: Ricardo Parra)

Escrever sobre São Paulo,  o mundo da Pauliceia Desvairada de Mário de Andrade, é tarefa infinita. Tudo é superlativo: dos carros aos motoboys; das construções que arranham o céu às pequenas vilas contidas nos populosos bairros.

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Centro financeiro e comercial nº 1 da América Latina? Única metrópole-alfa do Hemisfério Sul? 750 bilhões de reais do PIB?

Tudo isto é importante. Mas, para mim, os 12 milhões de pessoas que moram na cidade onde passa o Trópico de Capricórnio valem mais. De Parelheiros das onças-pintadas ao Jaçanã de Adoniran Barbosa; da Pompeia da Rita Lee ao rap do Itaim Paulista.

Maior colônia de libaneses fora do Líbano e suas lojas de armarinhos na região da Rua 25 de Março. Maior colônia de japoneses fora do Japão com seus restaurantes na Liberdade. Cidade com o maior número de descendentes de italianos do mundo tem o “Bixiga”, onde o samba casou os oriundi com os afrodescendentes nas cantinas – porque São Paulo sabe fazer samba. As padarias com nomes de cidades portuguesas estão espalhadas pela cidade.

Vieram também os espanhóis e armênios; depois os chineses, coreanos, angolanos, nigerianos, bolivianos, peruanos, sírios e mais as outras dezenas de nacionalidades – um mundaréu de gente na Pauliceia.

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Nordestinos chegaram e ficaram e a cidade não seria tudo o que é sem a contribuição deles todos. Quanta riqueza de gente, vocabulário, comidas, ritmos e costumes nos trouxeram.

Eu já vi gaúcho andando de bombacha na rua. LGBTs do interior que vêm para a maior Parada do Orgulho Gay do mundo. Cariocas surpreendidos com o frio do inverno que se apaixonam pelas padocas 24h da cidade; mineiros que amam a vida noturna que também é diurna. Brasileiros que se encantam com a frenética vida cultural.

Pulsar. Oportunidades. O Copan de Niemeyer. Ibira. Trabalho e diversão. Anhembi. MASP e o Museu do Ipiranga. O virado à paulista. Metrô. Tecnologia. Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Portuguesa e o Juventus da Mooca, belo. Avenida Paulista e a Ipiranga com a São João. Conhecimento. SPFW. A Praça da Sé. Família Ohtake. Mercadão. Amores para todos os gostos porque existe amor nesse chão. A Pauliceia dos modernistas de 1922.

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Canta Caetano Veloso em Vaca Profana: “São Paulo é como o mundo todo” – uma das melhores definições que já ouvi sobre a cidade.

Parabéns São Paulo! O meu mundo é aqui.

* Ricardo Parra  é natural de Piracicaba e  mora em São Paulo há 22 anos. Jornalista e palmeirense; é também escritor e já lançou o livro de contos “São Paulo Cidade anônima”.

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