Secas e chuvas intensas: La Niña em dobro pode causar estragos na agricultura brasileira

Meteorologistas estão em alerta com a chegada do fenômeno La Niña, que pode afetar o clima global e impactar significativamente a agricultura no Brasil.

Secas e chuvas intensas: La Niña em dobro pode causar estragos na agricultura brasileira
Secas e chuvas intensas: La Niña em dobro pode causar estragos na agricultura brasileira – Crédito: NOAA/@BenNollWeather/X

Meteorologistas ao redor do mundo estão em alerta com a possível chegada do fenômeno climático La Niña, que deve substituir o El Niño na primavera deste ano. O que mais tem chamado a atenção dos cientistas, porém, é a possibilidade de um La Niña em dobro, uma ocorrência que poderia ter efeitos significativos sobre o clima global.

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O La Niña, conhecido por seu impacto no resfriamento anormal da superfície das águas do Oceano Pacífico, tem sua origem na região do Pacífico Equatorial. Essa anomalia é responsável por chuvas intensas no Norte e nordeste do Brasil, além de provocar secas no Centro-Oeste e sul do país. O fenômeno é cíclico, acontecendo geralmente a cada dois a sete anos.

O que é o fenômeno La Niña em dobro?

Além de sua ocorrência no Pacífico, pesquisas indicam que o La Niña também pode manifestar-se no Oceano Atlântico. A NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) dos Estados Unidos identificou um resfriamento nas águas do Atlântico desde maio, característico do La Niña. Os valores na porção equatorial central deste oceano têm sido de 0,5ºC a 1ºC inferiores à média.

Como o La Niña em dobro pode afetar o Brasil?

Quando ocorre o La Niña, a temperatura da água do Oceano Pacífico diminui, resultando em características climáticas distintas. Quando o fenômeno se manifesta em dobro, envolvendo ambos os oceanos Atlântico e Pacífico, os efeitos podem ser mais abrangentes.

  • No Brasil, o setor agrícola das regiões Norte e nordeste pode se beneficiar com o aumento do volume de chuvas.
  • Por outro lado, o Centro-Oeste e o Sul enfrentam a possibilidade de estiagem, o que pode impactar a produção agrícola.
  • A produção de café no Sudeste, que já foi prejudicada pelo La Niña entre 2021 e 2022, é uma área de preocupação.

Como os cientistas estão monitorando o fenômeno?

Atualmente, a temperatura do Pacífico está em estado de neutralidade, mas a NOAA estima uma chance de 72% de mudanças climáticas até o final do ano. Caso essas previsões se concretizem, o resultado será um La Niña de fraca intensidade, mas com potencial impacto climático global. Observações indicam que as alterações no Pacífico eram esperadas para o início de agosto, mas a previsão agora vai de setembro a novembro, alinhando-se com a primavera e o verão no Hemisfério Sul.

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Quais são as alternativas para o setor agrícola brasileiro?

Enquanto algumas regiões podem ver vantagens, outras podem precisar de estratégias de mitigação. Aqui estão algumas possíveis ações:

  • Desenvolver sistemas de irrigação eficientes para enfrentar possíveis períodos de seca.
  • Inovar em tecnologias de monitoramento climático para antecipar mudanças precisas nas condições meteorológicas.
  • Adotar práticas agrícolas resilientes para melhorar a produtividade durante condições adversas.

Apesar da natureza cíclica destes fenômenos, os cientistas estão constantemente monitorando suas intensidades e impactos provisionais, para ajudar governos e agricultores a se prepararem adequadamente. A previsão, contudo, é de que o La Niña em dobro tenha fraca intensidade, minimizando o atraso das chuvas e os impactos negativos sobre as plantações.

Para mais atualizações sobre o fenômeno La Niña em dobro e suas consequências, é importante seguir as orientações dos órgãos meteorológicos e estar atento às previsões climáticas.

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