O policial militar Geovany Jorge Alves da Silva Júnior, de 37 anos, havia sido preso em flagrante por tráfico de drogas em agosto de 2023, e foi mantido em cárcere pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Durante a condenação, a juíza Cynthia Torres Cristófaro registrou que o agente tinha um patrimônio incompatível com seu salário.
Patrimônio
Geovany alegou que possui três imóveis, dois localizados em São Paulo e outro em Feira de Santana, município na Bahia. O soldado também declarou quatro veículos. Sua justificativa para a existência dos bens foi uma empresa que administra junto com a esposa para reparar carros em apropriação indébita.
A juíza não ficou satisfeita com a explicação. “A quantidade de bens declarada por Geovany em juízo é incompatível com o salário de R$ 5,6 mil de soldado da polícia militar”, escreveu. A magistrada argumentou que o ex-policial não conseguiu comprovar uma empresa lícita capaz de gerar o patrimônio referido.
Relembre o caso
O PM fazia parte do 13º Batalhão da PM, unidade responsável pela Cracolândia, onde atuava como motorista do comandante Armando Luiz Pagoto Filho. No dia 17 de agosto de 2023, ele foi preso em flagrante com cinco tijolos de maconha e 1,5 mil (R$8 mil) euros em dinheiro. A polícia havia encontrado parte da droga em um dos seus carros e em uma oficina perto da sede. O dono da oficina, Rafael Barbosa Lopes Santos de Jesus, também foi detido.
Nesta segunda-feira (18/03), Geovany foi condenado a 11 anos, 2 meses e 12 dias de prisão em regime fechado. Sua defesa recorreu da sentença.
Durante o julgamento, o agente alegou inocência, defendendo que conhecia os donos da oficina onde estavam as drogas, mas seu relacionamento estava limitado ao negócio de carros. Sua parceria com Rafael era somente para encontrar carros para a empresa que tinha com a esposa.
Segundo o soldado, a empresa oferece os veículos para motoristas de aplicativo por R$ 1,6 mil mensais, e rende, ao todo, R$ 25 mil no mesmo período. O negócio chegou a render R$ 60 mil por mês, disse em depoimento, e o faturamento era utilizado para comprar ainda mais carros.
Conforme o estatuto militar, policiais da ativa não podem ter empresa própria. O agente foi investigado por um inquérito militar mas foi inocentado.