
A União Europeia deu um passo significativo ao aprovar, nesta última sexta-feira (4), a instituição de sobretaxas alfandegárias contra carros elétricos fabricados na China. A motivação por trás dessa medida é a acusação de que a China estaria prejudicando a concorrência no setor automotivo europeu devido aos seus generosos subsídios. A votação ocorreu dentro do Comitê de Defesa Comercial, que conta com representantes dos 27 países do bloco.
A deliberação revelou uma divisão na UE: foram 10 votos a favor, cinco contra e 12 abstenções. A Alemanha, detentora da maior economia do bloco, posicionou-se contra a medida, acompanhada por países como Eslováquia, Eslovênia, Hungria e Malta. Em contrapartida, França e Itália se mostraram favoráveis à instituição das tarifas, junto a outras nações como Bulgária e Dinamarca.
Quais os Impactos das Sobretaxas para Carros Elétricos no Mercado Europeu?
As sobretaxas possuem atualmente caráter provisório, aguardando uma decisão da Comissão Europeia para se tornarem definitivas por cinco anos. O objetivo dessas medidas é proteger a indústria automotiva europeia de práticas que são vistas como desleais. Christian Lindner, ministro das Finanças da Alemanha, considerou que uma guerra comercial deveria ser evitada a todo custo e sugeriu uma abordagem mais negociada para resolver as tensões.
As tarifas provisórias variam entre diferentes fabricantes. Montadoras como a Saic enfrentam taxas de até 36,3%, enquanto a Geely e a BYD têm suas alíquotas variando entre 17% e 19,3%. Empresas que colaboraram com as investigações da UE enfrentam um imposto de 21,3%, podendo chegar a 35,3% para as que não cooperaram.

Como se Dividiram os Países da União Europeia nesta Decisão?
A votação revelou um cenário de divisão entre os países da UE. Alemanha, um dos principais opositores, destacou a importância de manter um diálogo aberto com a China. Outros países que votaram contra foram Eslováquia, Eslovênia, Hungria e Malta. Em oposição, França e Itália lideraram o grupo dos países que apoiaram a inserção das tarifas, acompanhados por Bulgária, Dinamarca e Holanda.
- Contra as tarifas: Alemanha, Eslováquia, Eslovênia, Hungria e Malta.
- Favoráveis às tarifas: França, Itália, Bulgária, Dinamarca, Estônia, Holanda, Irlanda, Letônia, Lituânia e Polônia.
- Abstenções: Áustria, Bélgica, Chipre, Croácia, Espanha, Finlândia, Grécia, Luxemburgo, Portugal, República Tcheca, Romênia e Suécia.
Qual a Resposta da China às Medidas da União Europeia?
A decisão da União Europeia não foi bem recebida pela China. O Ministério do Comércio chinês, através de um porta-voz, expressou oposição àquilo que classificou como “práticas protecionistas injustas e irracionais”. O governo chinês ressaltou a importância de encontrar uma solução através do diálogo e ameaçou com possíveis retaliações comerciais, especialmente no setor de produtos lácteos europeus.
A tensão entre a UE e a China em relação aos subsídios e tarifas impõe desafios para ambos os lados. Pequim iniciou uma investigação sobre o apoio dado pela UE a produtos lácteos da região, uma manobra que sugere um potencial conflito comercial mais amplo.
Essa disputa destaca a complexidade das relações comerciais globais na era dos carros elétricos e a necessidade de negociações diplomáticas para evitar medidas extremas como guerras comerciais. A situação precisa ser monitorada de perto, pois tem o potencial de impactar significativamente tanto o mercado europeu quanto o chinês.
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