Venda de carros importados no Brasil caiu mais de 10,8%, veja os motivos desse fenômeno

Queda nas vendas de carros importados em setembro de 2024 comparado a agosto. Acumulado do ano reflete cenário positivo para o setor,

A nova SuperVan elétrica da Ford
Os carros elétricos vêm com força para ganharem o mercado (Crédito: Scott Olson/Getty Images)

Os números da Abeifa – Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores – revelaram uma retração nas vendas de veículos importados em setembro de 2024 em comparação a agosto do mesmo ano.

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Registrou-se um total de 8.283 emplacamentos das 10 marcas associadas, comparado aos 9.290 veículos vendidos no mês anterior, representando uma queda de 10,8%. Apesar dessa diminuição mensal, a comparação com setembro de 2023 mostra um crescimento expressivo de 102,6%, quando foram comercializados apenas 4.089 veículos importados.

Crescimento expressivo acumulado no ano

BYD lidera vendas de Carros importados no Brasil Foto: BYD.com / BYD Song Pro DM-i

O acumulado de janeiro a setembro de 2024 também reflete um cenário positivo. Neste período, as importadoras registraram 72.131 carros emplacados. Isso representa um aumento significativo de 192,9% em comparação ao mesmo período de 2023, quando apenas 24.629 unidades foram licenciadas. Destaca-se a presença forte dos modelos eletrificados, liderados pela marca BYD, que atualmente detém 52,8% do mercado importado.

Preocupações com possíveis alterações na tributação

Mesmo diante de um cenário de vendas positivas no compilado do ano, a Abeifa sinaliza preocupação com questões tributárias que podem impactar o mercado. Uma delas é a possível antecipação da alíquota de importação de 35% para veículos eletrificados.

A princípio, esta cobrança adicional estava prevista para julho de 2026, mas há pressões para que seja implementada de forma imediata, decorrente de demandas das montadoras e da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

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Impactos da reforma tributária em discussão

A reforma tributária, atualmente em tramitação no Congresso, é outro tema que gera incertezas entre as importadoras. De acordo com Marcelo Godoy, presidente da Abeifa, a indústria vinha atuando sob o princípio da previsibilidade, uma condição entendida como essencial para o crescimento do setor.

Contudo, ele argumenta que a realidade atual não reflete esse compromisso, o que pode resultar em tratamento desigual, principalmente no que diz respeito à importação independente e ao investimento significativo das marcas em infraestrutura e atendimento ao cliente.

Expectativas para o mercado de veículos importados

O desempenho recente do setor e as melhorias expressivas em relação ao ano anterior colocam as importadoras em uma posição favorável. No entanto, a necessidade de um ambiente regulatório estável e previsível é fundamental para sustentar essa trajetória de crescimento.

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A Abeifa defende a implementação de políticas que promovam equidade entre as empresas, garantindo que todos os participantes do mercado possam competir em condições justas. Com o olho no futuro, o setor se prepara para desafios regulatórios e econômicos, enquanto busca manter o crescimento e a inovação, especialmente com os modelos eletrificados, que ganham cada vez mais participação no mercado brasileiro.

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