AVANÇO CIENTÍFICO

Cientistas afirmam ter encontrado origem do campo magnético do Sol

Este efeito, intrigante desde os tempos de Galileu Galilei, pode estar mais próximo da superfície solar do que se pensava

A origem desse campo magnético, intrigante desde os tempos de Galileu Galilei, pode estar mais próxima da superfície solar do que se pensava
Cientistas afirmam ter encontrado origem do campo magnético do Sol – Crédito: Nasa / GSFC / Solar Dynamics Observatory

O Sol possui um campo magnético poderoso que cria manchas solares e tempestades solares, como a recente que gerou belas auroras. A origem desse campo magnético, intrigante desde os tempos de Galileu Galilei, pode estar mais próxima da superfície solar do que se pensava. Uma nova teoria, publicada na revista Nature, sugere isso, contrariando estudos anteriores que indicavam uma origem interna.

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Este novo modelo pode ajudar a entender melhor o ciclo solar de 11 anos e melhorar as previsões do clima espacial, que afeta GPS e satélites. Manchas solares, que marcam a atividade solar, são pontos de origem para erupções que liberam energia no espaço. A recente tempestade solar indica que o Sol está se aproximando do “máximo solar”, com o maior número de manchas solares.

Daniel Lecoanet, professor da Northwestern University, explica que o número de manchas solares reflete a força do campo magnético do Sol, alinhando-se com o ciclo de 11 anos do campo magnético interno. “Este trabalho propõe uma nova hipótese sobre como o campo magnético do Sol é gerado, que se ajusta melhor às observações solares e, esperamos, poderia ser usada para fazer previsões mais precisas da atividade solar. Queremos prever se o próximo ciclo solar será particularmente forte ou talvez mais fraco do que o normal. Os modelos anteriores (assumindo que o campo magnético solar é gerado no interior do Sol) não foram capazes de fazer previsões precisas ou (determinar) se o próximo ciclo solar será forte ou fraco”, explicou o professor.

O trabalho no estudo do campo magnético

Um avanço significativo foi alcançado com o desenvolvimento de novos algoritmos numéricos para executar os cálculos, afirma Lecoanet. Geoff Vasil, professor da Universidade de Edimburgo, teve a ideia há cerca de 20 anos, mas levou mais de uma década para desenvolver os algoritmos necessários. A pesquisa exigiu o uso de um supercomputador da NASA, consumindo aproximadamente 15 milhões de horas de CPU, o que equivaleria a 450 anos em um laptop comum.

Ellen Zweibel, professora de astronomia e física da Universidade de Wisconsin-Madison, elogiou os resultados iniciais, considerando-os intrigantes e valiosos para futuros modelos e pesquisas. Zweibel, que não participou do estudo, destacou que a equipe adicionou um “ingrediente provocador” à teoria, potencialmente crucial para desvendar este enigma astrofísico.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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