Nesta semana, um filhote macho de Naja do Instituto Butantan desapareceu. A cobra havia sido criada em cativeiro em São Paulo. Embora comum na África e na Índia, a espécie foi trazida ao Brasil devido a um mercado paralelo de animais silvestres, onde o valor pode chegar a R$ 50 mil.
O Instituto Butantan iniciou uma investigação rigorosa, preferindo esgotar todas as possibilidades internamente antes de registrar um boletim de ocorrência. Inicialmente, os pesquisadores consideraram a hipótese de furto, mas depois acreditaram que a cobra poderia ter fugido e entrado em um duto de encanamento. No entanto, sete indícios apontam para o furto, considerando o contexto do desaparecimento e o valor comercial da cobra.
A Naja estava em uma caixa apropriada junto com outras cobras, mas só ela “fugiu”. Pesquisadores, conhecendo seus hábitos noturnos, realizaram buscas físicas e armadilhas sem sucesso. A cobra, por ser jovem, não iria muito longe e deveria ter sido encontrada facilmente, o que não aconteceu.
As Najas do laboratório eram as mais valiosas, e essa específica, com valor estimado em até R$ 50 mil, era considerada a mais bonita, cinza com uma mancha em forma de olho na nuca. O caso relembra um incidente de 2021, quando uma Naja foi apreendida em Brasília após picar um jovem, revelando o mercado paralelo de cobras no Brasil e motivando o Butantan a produzir soro contra suas picadas.
Ver essa foto no Instagram
O que diz o Instituto Butantan
Em nota, o Instituto Butantan diz que “um filhote de serpente naja foi dada como desaparecida no Laboratório de Herpetologia, há três semanas. É preciso esclarecer que o Laboratório fica distante do Parque da Ciência e de seus museus.
Não houve fuga do filhote de cobra na área de visitação pública. O laboratório é frequentado apenas por profissionais e pesquisadores.
O Instituto Butantan possui um plano de contingência para esses casos, que foi acionado e está atuando, inclusive com uma apuração interna em andamento. Câmeras foram checadas e não houve sinal dela fora do laboratório de herpetologia.
A hipótese mais provável é que ela tenha entrado no ralo interno do laboratório e, daí, nos encanamentos, morrido. De qualquer forma, foram colocadas armadilhas no entorno. Mas nada foi localizado”.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini