Um dia após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) decidir pela redução a Selic, o dólar subiu 1,96% ante o real, cotada a R$ 4,8981.
A taxa básica de juros reduziu 0,5 ponto percentual, de 13,75% para 13,25% ao ano, no primeiro corte em três anos.
A redução é vista como positiva pelo mercado, no qual indica o início de um ciclo de redução de juros, mas esse não é o único fator que influencia no mercado cambial.
A desvalorização do real ante a moeda norte-americana também reflete a aversão ao risco do mercado externo, o real possivelmente menos interessante para operações de retorno do investidor e também a saída de investimentos estrangeiros em meio à redução da diferença entre os juros brasileiros e o de outras economias.
Reflexos no mercados
Apesar do corte da taxa básica já estar no radar do mercado há um tempo, o movimento de desvalorização do real ante o dólar acontece porque o que mais atrai os investidores estrangeiros para o Brasil são as altas taxas de juros. Diante da perspectiva que o ciclo de cortes só está começando, é comum haver uma retirada de recursos do país, com investidores estrangeiros realocando capital em busca de retornos maiores.
Além disso, o cenário externo também não anda tão otimista nas últimas semanas e alguns especialistas consideram que uma recessão econômica possa vir pela frente. Por exemplo, nos Estados Unidos, a agência de classificação de risco Fitch reduziu a nota de crédito do país, gerando um mau humor pelos mercados em nível global.
No país norte-americano, atenção é para a divulgação de dados de emprego, que podem sinalizar como anda a economia e dar mais sinais sobre quais os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em relação à taxa básica de juros por lá.