A maior vantagem para a empresa será a ampliação do portfólio, abrangendo desde o cliente de renda média até o de alta renda. Contudo, o grande desafio será conciliar as culturas organizacionais dos dois grupos e encontrar sinergias entre as marcas sem desorganizar o que já está funcionando.
Segundo Andreia Meneguete, especialista em branding, as empresas que compõem cada grupo já delinearam bem suas estruturas, direcionando-se para diferentes públicos. Neles, já existe distinção e certa flexibilidade entre as faixas de renda. Por exemplo, a Hering e a AnaCapri focam na classe média, enquanto a Schutz e a Animale são mais voltadas para clientes de ticket mais alto.
Ela destaca a importância de cada marca do megagrupo manter sua autonomia de liderança para preservar seus públicos. Exceto se, na fusão, houver alguma mudança de estratégia para direcionar-se a uma nova clientela.
Entretanto, a empresa enfrenta o desafio de conciliar as diversas visões e formas de trabalhar, um processo que pode levar anos. No mercado da moda e lifestyle, a LVMH é um exemplo de integração de várias marcas, unificando seus processos enquanto mantém a identidade de cada uma no mercado de luxo.
No Brasil, citam a Arezzo como um exemplo de sucesso, após adquirir a marca de roupas masculinas Reserva. Agora, a expectativa é manter o padrão para uma fusão maior, entre Arezzo e Soma.
No entanto, há exemplos em que as fusões não atingem o esperado. Quando o Itaú Unibanco comprou quase metade da XP Investimentos, visava inovação e atração de um novo perfil de clientes. No entanto, no ano passado, o banco encerrou a venda total de sua participação na antiga corretora. Apesar do investimento rentável, aconteceu sem que uma união entre as empresas ocorresse como previsto.