NO VERMELHO

Contas públicas: déficit primário do governo é de R$ 230,5 bilhões em 2023

Segundo o Tesouro, o resultado foi impactado pelo pagamento de precatórios, que são os títulos de dívida decorrente de decisões judiciais das quais o governo não pode mais recorrer

Contas públicas: déficit primário do governo é de R$ 230,5 bilhões em 2023
O secretário do Tesouro Rógério Ceron – Crédito: Joédson Alves/Agência Brasil

O Governo Federal registrou déficit primário de R$ 230,5 bilhões em 2023, segundo dados divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional nesta segunda-feira (29).

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O déficit primário ocorre quando os gastos do governo superam a arrecadação com impostos –o pagamento de juros da dívida pública não é considerado nesse caso. No sentido inverso, quando as receitas superam as despesas, há superávit.

Segundo o Tesouro, o resultado foi impactado pelo pagamento de precatórios – títulos de dívida decorrente de decisões judiciais das quais o governo não pode mais recorrer.

Em 2023, foram pagos aproximadamente R$ 92,4 bilhões em razão de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em novembro. O Supremo determinou que a União quitasse a dívida com precatórios acumulada em 2022, em razão da “PEC dos Precatórios”, que limitou esses gastos.

Sem considerar o pagamento extraordinário das dívidas judiciais, o déficit do governo em 2023 seria de R$ 138,1 bilhões, segundo o Tesouro. Isso representa 1,27% do PIB

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O valor de R$ 230, 5 bilhões está acima da projeção do Orçamento de 2023, que previa déficit de até R$ 228,1 bilhões. Também supera a última projeção, de novembro, que previa um resultado negativo de R$ 177,4 bilhões.

O resultado também fica acima da “meta informal” do governo. Em janeiro do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia estimado que o resultado negativo ficaria abaixo de R$ 100 bilhões, o que representa 1% do Produto Interno Bruto (PIB).

De acordo com o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, também afetou o resultado primário o acordo para compensação da União aos estados e ao Distrito Federal pela perda de arrecadação com o teto de ICMS sobre combustíveis em 2022.

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