O crescimento global em 2023 não será suficiente. A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse que a economia provou ser resiliente a vários choques, mas ainda precisa superar uma combinação de crescimento fraco e inflação persistente.
A projeção de crescimento global feita pelo FMI de 2,8% para 2023 “não é suficiente para trazer oportunidades para empresas e pessoas em todo o mundo, e o mais preocupante é a projeção de crescimento fraco por um longo período de tempo”, disse Georgieva em entrevista coletiva no FMI e em reuniões do Banco Mundial em Washington nesta quinta-feira (13).
O FMI fez um alerta nesta terça-feira (11) que um novo surto de turbulência no sistema bancário, que encolheu os empréstimos e provocou uma corrida para ativos portos-seguros, poderia levar o crescimento global de volta a 1%. Este fator jogaria muitas economias em recessão criando tensões nos mercados emergentes.
Depois de se recuperar da pandemia do Covid-19, de sofrer reveses com a alta inflação e dos efeitos da guerra na Ucrânia, os formuladores de políticas econômicas têm duas tarefas principais no curto prazo: combater a inflação persistente e salvaguardar a estabilidade financeira, explicou Georgieva.
Ambas se tornaram mais complexas devido às pressões bancárias das falências de dois bancos regionais dos EUA e também à venda forçada do credor global Credit Suisse, ela acrescentou.
Georgieva relatou que a vigilância sobre os riscos emergentes é absolutamente fundamental. “Os bancos centrais devem abordar os riscos de estabilidade financeira quando eles surgirem, trabalhando em estreita colaboração com reguladores e supervisores”.
“A chave é monitorar os riscos que podem estar escondidos nas sombras, em bancos e instituições financeiras não bancárias ou em setores como o imobiliário comercial”, acrescentou.
O FMI divulgou sua projeção mais baixa de crescimento global em cinco anos desde que começou a divulgar estas previsões em 1990. A previsão estimada é de de 2,8% em 2023, e deve rondar os 3% até 2028. Georgieva disse que isso se deve à produtividade menor e ao potencial de fragmentação da economia global.
As previsões “não são horríveis. Não estamos em recessão”, disse ela. “No meu ‘livro’, não estamos em um bom lugar, vemos os riscos aumentando, mas agora temos um histórico de notável resiliência nos últimos anos.”
Global economy debate at #IMFMeetings
Kristalina Georgieva speaks on getting productivity up otherwise there will be no growth, globally. Global growth is under 3% for 2023.
Looking at SA, how do you increase productivity with NO CONSTANT electricity supply. #eNCA pic.twitter.com/hDUEWgRmdE— Heidi Giokos (@HeidiGiokos) April 13, 2023