O dólar abriu com volatilidade nesta segunda-feira (30): oscilou entre altas e baixas por causa de repercussões do mercado a novos dados das contas públicas. De acordo com o Banco Central (BC), houve um rombo de R$6,6 bilhões em novembro. Isso significa que o setor público gastou mais do que arrecadou.
Apesar do déficit primário, o balanço de 2024 é melhor que o de 2023, quando as contas públicas deixaram R$27,3 bilhões em aberto. Este resultado abrange o governo federal, estados, municípios, e também empresas estatais.
Ainda assim, quando se trata das estatais, os números mostram uma situação delicada. Até novembro, essas empresas acumulavam um déficit de R$ 6 bilhões, com um desempenho negativo de R$ 1,6 bilhão apenas no último mês. Grandes estatais lucrativas, como a Petrobras e o Banco do Brasil, não são consideradas neste cálculo devido a regras específicas.
Por que as estatais enfrentam o pior desempenho da história?
As empresas estatais brasileiras estão encarando, em 2024, o pior resultado contábil desde o início da série histórica, há 15 anos. Isso se deve a uma combinação de fatores, incluindo a queda nas receitas e o aumento das despesas operacionais. Sem a inclusão de gigantes econômicos com regras especiais, a balança se inclina ainda mais para o vermelho.
Além disso, a política fiscal do país tem um impacto direto nestas finanças. As reformas esperadas para cortar gastos e melhorar a eficiência não foram completamente implementadas, o que continua a pressionar os resultados financeiros das estatais.
Como as flutuações do dólar afetam a economia brasileira?
Às 9h45 desta segunda-feira (30), o dólar caía 0,18 cotado a R$ 6,8. Já na máxima do dia, chegou a R$ 6,2192.
Movimentações como essa geram repercussões significativas na economia brasileira. Na última semana, a moeda norte-americana apresentou um aumento, fechando em crescimento de 0,26% em comparação ao dia anterior. Ao longo do ano, o dólar acumulou uma alta expressiva de 27,63%, influenciando tanto o mercado interno quanto as relações comerciais externas do Brasil.
Com o avanço do dólar, os custos de importação sobem, impactando diretamente os preços internos de bens e serviços e pressionando a inflação. Adicionalmente, empresas com grande exposição a dívidas em dólar encontram dificuldades em gerir essas obrigações financeiras.
O futuro das contas públicas
Para controlar o endividamento público, o governo precisa de uma política fiscal clara e eficaz. A ausência de reformas em áreas estruturais, como a Previdência, tende a manter os desafios financeiros latentes, com muita pressão sobre a saúde fiscal do país.
As expectativas do mercado pedem por sinais claros do governo quanto à política fiscal. Anúncios de medidas adicionais e esforços contínuos são desejados para reverter a confiança dos investidores e estabilizar a economia no longo prazo.
Juros e dólar em alta devem aumentar inadimplência de empresas em 2025. Neste ano, 7 milhões de companhias não conseguiram cumprir seus compromissos em dia; especialistas veem dificuldade para o próximo ano. (Estadão) pic.twitter.com/Cm3TSDR9hp
— Blog do Noblat (@BlogdoNoblat) December 30, 2024
Leia também: Coleção de moedas de ouro surpreende família ao ser avaliada em 2 milhões de dólares
Siga a gente no Google Notícias