Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou que 77,7% das famílias brasileiras estão endividadas. Esse percentual é o maior desde o início da série histórica, em janeiro de 2010.
O levantamento mostrou que 21,5% das famílias chegaram ao fim do quadrimestre entre janeiro e abril com mais de 50% da renda comprometida com o pagamento de dívidas, o maior percentual desde janeiro de 2021. Ainda segundo a pesquisa, 17,8% das famílias se declararam muito endividadas.
Já a inadimplência, ou seja, quando há dívidas ou contas em atraso, atingiu quase três em cada dez famílias brasileiras (28,6%), no mês de abril. O índice é um novo recorde, 0,8 ponto percentual maior do que no mês anterior.
Entre os inadimplentes, as famílias mais pobres são as mais impactadas. Na renda de até dez salários mínimos, cerca de 31,9% possuem contas em atraso, o maior nível da série histórica. Já entre os mais ricos, que recebem mais de dez salários mínimos, o índice também é alto, 13,5%, o maior patamar desde abril de 2016.
Segundo a pesquisa, nas duas faixas de renda analisadas, o principal tipo de dívida é o cartão de crédito. No entanto, o tempo da dívida caiu. A CNC aponta que a modalidade do cartão de crédito está associada ao consumo de curto prazo. Logo, o tempo de comprometimento com dívidas recuou em abril e chegou a sete meses.
A proporção de famílias endividadas (77,7%) atingiu novo recorde no levantamento da CNC para o mês de abril de 2022, muito por conta do cenário econômico de inflação e juros elevados. pic.twitter.com/K3oXcvFbJN
— LCA Consultores (@macrolca) May 2, 2022