Uma leitura aprofundada da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) – Características Adicionais do Mercado de Trabalho 2023, divulgada nesta quinta-feira (30), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou mudanças significativas no panorama do trabalho brasileiro. Em 2023, o país atingiu um recorde com a população ocupada ultrapassando a marca de 100 milhões de pessoas, um aumento de 1,1% em comparação com 2022.
Por outro lado, um fenômeno preocupante foi a redução na taxa de sindicalização entre os trabalhadores. Esta métrica evidencia uma tendência que tem sido observada ao longo da última década, refletindo um possível enfraquecimento do poder sindical diante das novas configurações do mercado de trabalho.
📈🇧🇷 Marco histórico no mercado de trabalho brasileiro!
Pela primeira vez, o total de pessoas ocupadas no Brasil superou 100 milhões, de acordo com a Pnad Contínua do IBGE. Foram 100,7 milhões em 2023, alta de 1,1% em relação a 2022.#Emprego #Educação #FéNoBrasil pic.twitter.com/WLUoiU7Fi0
— Casa Civil (@casacivilbr) June 21, 2024
Por que a população ocupada cresceu em 2023?
Em 2023 houve uma expansão de 0,9% no total da população em idade de trabalhar, o que naturalmente contribui para um maior número de trabalhadores. Além disso, a recuperação gradual da economia após períodos de estagnação também ofereceu novas oportunidades de emprego para os brasileiros. Outro aspecto relevante é a adaptação ao contexto pós-pandêmico, com empresas e trabalhadores se ajustando a novos modelos de trabalho, como o remoto e o híbrido.
Quais foram os setores com maior crescimento?
Os setores que demonstraram maior dinamismo na criação de empregos em 2023 foram principalmente os de serviços e comércio. Estes setores são tradicionalmente grandes empregadores e se recuperaram vigorosamente com a retomada das atividades econômicas. Importante destacar que o setor de tecnologia também manteve sua trajetória de crescimento, impulsionado pela transformação digital que atravessa todas as áreas de negócio.
Impacto da redução da taxa de sindicalização
A redução na taxa de sindicalização, que caiu para valores como 8,4% em 2023, é um fenômeno multifatorial. A flexibilização das leis trabalhistas, especialmente após a reforma de 2017, e a crescente prevalência de contratos de trabalho mais flexíveis e temporários, são apontados como algumas das razões para esta queda. A maior fragmentação das relações de trabalho e a precarização de certos segmentos também contribuem para este cenário, dificultando a ação coletiva por parte dos trabalhadores.
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