O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá o primeiro desafio econômico com a negociação do Orçamento de 2023. São R$ 175,2 bilhões que serão alvo de negociação. Esse valor engloba propostas defendidas por Lula e pontos ainda incertos no Orçamento.
A manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600, a continuidade da desoneração dos combustíveis e a correção do salário mínimo acima da inflação fazem parte dos desafios para o orçamento. “A conta ficou muito salgada e difícil de ser absorvida”, alertou Juliana Damasceno, economista da consultoria Tendências, segudno a CNN.
“É uma tarefa dificílima. Será necessário muito diálogo para encontrar um caminho que consiga acomodar todas essas despesas”, afirmou Renatho Melo, diretor-executivo do Instituto Nacional de Orçamento Público (Inop). Ele prevê “um grande debate orçamentário” ao longo dos próximos meses.
O relator-geral do Orçamento de 2023, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) alertou que a manutenção do Auxílio Brasil, depende da aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), para que haja alteração no teto de gastos.
Nesta quinta-feira (03), Castro vai receber parte da equipe de transição do novo governo para tratar justamente da proposta de orçamento para 2023. Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito e coordenador da equipe de transição também estará presente no encontro, ao lado de Wellington Dias (PT-PI), senador convocado para discutir a peça orçamentária.
“Nós esperamos receber uma proposta, ou analisar, todo o quadro orçamentário, para ver que proposta o novo governo tem para atender as demandas que foram criadas. Como, por exemplo, o compromisso do presidente eleito de manter o Auxílio Brasil, o Bolsa Família, no valor de R$ 600”, afirmou Castro.
“Evidentemente que esse valor precisa ser ajustado para fazer face ao compromisso público assumido pelo presidente Lula. Essas pessoas que estão na equipe de transição, acredito que trarão sugestões para poder adequar [os gastos] ao novo orçamento”, completou.