A Petrobras não vê razão para mexer nos preços de combustíveis por enquanto, afirmou o presidente da empresa, Jean Paul Prates, durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (18).
“Estamos avaliando todas as condições de mercado. Não há razão para pânico nenhum agora”, disse.
Na última semana, o preço do petróleo Brent, referência para o comércio mundial, foi mais alto que US$ 90. Poucos dias antes do evento, recuou para US$ 87.
Em abril, o Brent chegou a passar por um período de volatilidade. No dia 5 do mês, atingiu o preço de US$ 91,17 por barril, maior valor desde outubro de 2023, desencadeado por receios de um conflito entre Israel e Irã.
Além do petróleo, o dólar também está mais distante da moeda brasileira – registrou uma alta de 8% na tarde desta quinta-fe9ra. Isso influencia o aumento da defasagem da gasolina em território nacional.
++ PRATES: ‘NÃO HÁ RAZÃO NENHUMA PARA AUMENTO NO PREÇOS DE COMBUSTÍVEIS AGORA’
Nesta semana a defasagem da Gasolina em polos da Petrobras alcançou -24%. pic.twitter.com/bPrbErnQt0
— The Investor (@leiatheinvestor) April 18, 2024
Dividendos extraordinários da Petrobras
Outro assunto abordado no evento foi a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras – eles representam uma parcela do lucro que será repartida entre os acionistas além do mínimo obrigatório.
De acordo com Prates, não há obstáculos para o repasse. O presidente da empresa explicou que a decisão caberá ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e incluiu que existe a possibilidade da distribuição ser integral.
“A diretoria já tomou sua decisão. Fizemos a proposta, que está tecnicamente respaldada (para distribuir metade dos recursos)”, disse. “O governo vai orientar os membros do Conselho de Administração. Não está na pauta da próxima reunião do Conselho. Provavelmente, o tema pode ser deliberado durante a assembleia-geral de acionistas (em 25 de abril) ou depois da assembleia”.
Ainda em março, a Petrobras havia anunciado que iria reter os dividendos extraordinários do quarto trimestre de 2023, cujo lucro foi de 31 bilhões de reais. Na época, Prates chegou a defender a distribuição de metade do rendimento, mas o colegiado optou por transferir por volta de 44 bilhões de reais para uma conta de reserva.